O Governo quer antecipar o reembolso de 14 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ao logo dos próximos dois anos e meio. Este montante, que representa mais de metade dos fundos que Portugal recebeu do organismo com sede em Washington, é o que consta do plano enviado pelo Governo na semana passada ao FMI.

A informação, avançada na noite de segunda-feira pela TVI e, depois pela SIC e pela Lusa, cita fonte do Ministério das Finanças que diz que “na carta enviada há uma semana, Maria Luís Albuquerque propõe o pagamento antecipado até um prazo máximo de dois anos e meio e, em todo o caso, em mais do que uma prestação”. A carta enviada pelo Ministério das Finanças surgiu depois do anúncio por Maria Luís Albuquerque, no final de janeiro, de que o Estado iria aproveitar “um montante de reservas de liquidez muito significativo” para antecipar os reembolsos ao FMI.

A intenção de fazer um reembolso antecipado de parte do empréstimo ao FMI foi noticiado, em primeira mão, pelo Observador em dezembro.

O Executivo aguarda a resposta do FMI ao plano de Maria Luís Albuquerque. Isto dias depois de o Governo irlandês ter anunciado mais um pagamento antecipado de 3,5 mil milhões de euros ao FMI, uma das instituições que emprestou dinheiro ao país em 2010. Numa altura em que encontra condições mais favoráveis nos mercados, a Irlanda decidiu antecipar os reembolsos que teria de fazer até junho de 2019 e prevê ainda fazer outros que venceriam em janeiro de 2021.

Maria Luís Albuquerque disse aos deputados no Parlamento, em janeiro, que “o Governo não está a ponderar reembolsar os 26 mil milhões de euros daqui a dois ou três meses. Temos de fazer o reembolso na medida em que a capacidade de nos refinanciarmos no mercado a uma taxa mais baixa acomode esse reembolso”. O objetivo é “obter poupanças em função do diferencial dos juros” dos empréstimos no mercado e do empréstimo do FMI, explicou Maria Luís Albuquerque.

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