A Ucrânia recusa-se a pagar o gás que o grupo russo Gazprom começou a fornecer aos territórios do leste separatista do país, anunciou nesta quinta-feira o administrador da companhia nacional ucraniana, Naftogaz. “A Naftogaz não pagará, porque não temos qualquer hipótese de controlar quanto gás será enviado para esses territórios, nem qual será a sua utilização”, declarou Andriï Kobolev em conferência de imprensa, precisando que a sua empresa retomou o fornecimento de gás ao leste da Ucrânia, interrompido devido aos combates.

A decisão da Gazprom de fornecer gás ao leste rebelde ucraniano é “inaceitável e contrária ao contrato existente”, acrescentou Kobolev. Hoje, a Rússia indicou ter começado a fornecer gás aos territórios do leste da Ucrânia controlados pelos separatistas, depois de estes afirmarem ter deixado de receber gás da companhia ucraniana.

“Desde as 16h00 (13h00 TMG e em Lisboa), a Gazprom está a fornecer gás à Ucrânia, incluindo pelas estações de Prokhorovka e Platovo, a um volume de 12 milhões de metros cúbicos por dia”, declarou o patrão do grupo russo, Alexeï Miller, citado pelas agências russas. Trata-se de dois pontos de entrada do gás russo na Ucrânia, um ao nível da região de Donetsk e o outro da região de Lugansk, dois bastiões separatistas.

Miller indicou que este abastecimento está a ser feito “nos termos do contrato em vigor” entre a Gazprom e a operadora ucraniana Naftogaz. Horas antes, o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, tinha declarado que a Rússia poderia fornecer gás enquanto “ajuda humanitária” aos territórios rebeldes, que denunciaram a interrupção abrupta do abastecimento. Devido ao conflito que opõe as duas empresas, a Rússia só pode fornecer gás à Ucrânia se Kiev pagar antecipadamente as faturas das quantidades pedidas.

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