A falta de garantias do Governo da República Democrática do Congo está a inviabilizar a importação de energia elétrica por Angola, a partir da barragem do Inga, localizada naquele país vizinho, disse esta terça-feira, em Luanda, fonte governamental.

A informação sobre este processo, cujas negociações iniciaram em 2006, foi prestada pelo ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, em resposta à pergunta sobre a falta de energia na província angolana de Cabinda.

João Baptista Borges, que foi questionado por deputados sobre a falta de energia naquele enclave, no âmbito das discussões na especialidade da revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015, disse que há todo o interesse de Angola em importar energia da barragem do Inga.

Segundo o governante, os últimos desenvolvimentos apontam para uma solução de parceria público-privada, por constituição de um consórcio para a construção da linha entre o Inga e a fronteira de Cabinda, cabendo ao Estado angolano construir a linha dentro daquela província.

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“Entretanto, este processo não tem avançado na medida do nosso interesse, porque não há garantias da parte congolesa e não havendo garantias nenhum investidor privado vai investir cerca de 100 milhões de dólares [89,3 milhões de euros] a construir uma linha para depois não ter energia para escoar”, referiu o ministro.

O ministro angolano reiterou que “não resulta só do interesse de importar energia do Inga, mas também das disponibilidades e garantias reais que a outra parte possa oferecer para que o projeto possa ser viável”.

As negociações entre os dois governos sobre este projeto foram retomadas em 2010, quatro anos após o lançamento do processo.

Na altura, o Governo angolano precisou que a energia importada da barragem do Inga tinha como objetivo desenvolver a província de Cabinda, criando condições para o seu relançamento industrial, para a construção de um porto de águas profundas, um porto mineiro, bem como potenciar os setores agrícola e madeireiro.