A Grécia vai deixar a Zona Euro. Esta é a conclusão de um inquérito conduzido em abril pela agência Bloomberg a investidores, analistas, e operadores financeiros. 52% dos inquiridos no Bloomberg Markets Global Poll acreditam que o Governo de Alexis Tsipras vai assinar a saída da Grécia do Euro entre 2015 e 2016. Em janeiro, num inquérito semelhante, apenas 31% dos especialistas financeiros previam a o Grexit.

“O setor bancário é o calcanhar de Aquiles da Grécia e se o Banco Central Europeu (BCE) decidir parar o financiamento, então a situação vai ficar ainda mais frágil do que já está neste momento”, explica Diego Iscaro, um economista sénior da empresa de investigação IHS Global Insight sediada em Londres. Essa situação “pode desencadear uma saída – eventualmente“, afirma.

O governo de Atenas já perdeu o acesso aos mercados de capital e a elegibilidade para usufruir das operações de financiamento regulares do BCE. Assim, os bancos gregos encontram-se neste momento dependentes do pacote de Assistência Liquidez de Emergência (ELA).

Dos 52% inquiridos que apontam para o “Grexit”, cerca de 18% acreditam que a saída aconteça ainda em 2015. Em janeiro, apenas 6% apontavam para este cenário. Cerca de 22% pensa que a Grécia se irá manter na Zona Euro em 2015, saindo apenas no final de 2016. Em janeiro 14% dos especialistas tinham essa perceção. Finalmente, 12% acredita que a saída grega só se dará em 2016, sendo que em janeiro esta hipótese foi votada por 11% dos inquiridos.

Apesar de tudo, os problemas da Grécia não estão a afetar o otimismo sobre a economia na Zona Euro. De acordo com um inquérito a 59 economistas feito pela Bloomberg, o Produto Interno Bruto (PIB) da Zona Euro irá aumentar cerca de 1,4% em 2015 e 1,7% em 2016.

Adicionalmente, segundo Gizam Kara, um economista do banco francês BNP Paribas, o risco de contágio da possível saída da Grécia para a economia da Zona Euro é limitado.

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