O apoio popular ao Governo grego de Alexis Tsipras já teve melhores dias. De acordo com uma sondagem da Marc Poll realizada para o jornal grego Efimerida Ton Sintakton, a boa imagem do Governo helénico viu uma redução de mais de 30 pontos percentuais nos últimos três meses: em fevereiro, 83,6% dos inquiridos avaliava a atuação do Executivo de forma positiva, enquanto agora apenas 53,2% das pessoas o fazem.

Os números da Marc Poll, citados pela agência de notícias Bloomberg, dão conta de uma quebra de confiança. Se em fevereiro, apenas 6,8% dos gregos inquiridos mostrava desilusão face à expectativa que se seguiu à vitória do Syriza nas eleições de janeiro, agora, em maio, esse número sobe para 47,6%.

O mesmo acontece com a relação Atenas – Bruxelas. Atualmente, 54,2% dos gregos apoiam as negociações e as táticas que têm sido adoptadas pela dupla Tsipras/Varoufakis junto das instituições europeias, número muito inferior aos 81,5% que apoiavam o rumo das negociações há três meses.

Ainda assim, e apesar das oscilações na opinião pública, o Syriza continua a manter-se na liderança das intenções de voto. Caso voltasse a haver eleições na Grécia, de acordo com a mesma sondagem, 36,2% das pessoas afirmam que votariam no Syriza (número semelhante ao que lhe deu vitória em janeiro), enquanto 21% se virava para o partido conservador Nova Democracia, que estava no Governo antes de Tsipras.

Nas eleições de janeiro deste ano, ganhas pelo Syriza, o partido de Alexis Tsipras conseguiu 36,4% dos votos e ficou a apenas dois deputados de conseguir a maioria absoluta (quem ganha as eleições na Grécia tem automaticamente mais 50 deputados). Na altura, a Nova Democracia teve 27,8% dos votos.

Ainda esta sexta-feira, o primeiro-ministro grego voltou a provocar os credores ao dizer que já não há razões técnicas para manter bloqueada a ajuda financeira a Atenas, dizendo que se trata apenas de “falta de coragem política” para o fazer. Os credores, no entanto, não parecem convencidos. Esta segunda-feira há reunião do Eurogrupo, com o bloqueio de ajuda à Grécia a dominar a agenda, mas os responsáveis já admitiram que não sairá daqui um acordo.

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