A cidade histórica síria de Palmira (ou Tadmur) pode vir a ser destruída. O Estado Islâmico (EI ou ISIS), grupo terrorista que centra as suas ações na Síria e Iraque, ameaçou destruir este marco arquitetónico Património da Humanidade da UNESCO, escreve o jornal espanhol ABC.
A apenas a alguns quilómetros de Palmira, o exército sírio encontra-se a combater o grupo jihadista segundo afirmou o responsável de antiguidades do Governo sírio, Maamoun Abdulkari, à agência Reuters esta quinta-feira. Maamoun também alertou que se o grupo terrorista chegar à cidade, “destruirá tudo o que ali há“.
Palmira constitui-se como uma cidade muito importante para o regime de Bashar al-Assad: tem depósitos de armas, um aeroporto e uma prisão militar. É também a primeira linha defensiva contra ataques do Estado Islâmico a partir do leste da Síria, por onde o grupo terrorista costuma atacar. Palmira é também um ponto defensivo para os campos de gás e petróleo, incluindo o de Shaer, a principal fonte de gás do regime.
Segundo a agência oficial de notícias da Síria, o exército já terá morto “um elevado número de terroristas” para além de ter destruído veículos, armas e munições.
A 25 de fevereiro, o Estado Islâmico já destruiu cerca de 8.000 livros da biblioteca pública da cidade iraquiana de Mosul, entre os quais vários manuscritos que constavam na lista de raridades da UNESCO. No dia seguinte, o grupo terrorista entrou no museu da mesma cidade acabando por destruir várias estátuas milenares, com origem entre os séculos VII e VIII a.C.
Em março, os jihadistas destruíram com bulldozers ruínas e vestígios arqueológicos da Assíria, um reino que existiu na antiga Mesopotâmia, e de Hatra, desta vez utilizando bombas de gás. Mais recentemente, destruiram os vestígios de Dur Sharrukin na cidade de Jorsabad, que servira de capital da Assíria durante parte do século VIII a.C.