António Sampaio da Nóvoa, candidato a Presidente da República, afirmou esta quarta-feira que não vai fazer mais declarações sobre apoios à sua candidatura por considerar que “não é bom” para as legislativas o “nível de ruído sobre essa matéria”.

“Não vou fazer mais nenhum comentário, nem mais nenhuma declaração sobre questões relacionadas com as presidenciais, do apoio deste, do apoio daquele. Julgo que estamos a atingir um nível de ruído sobre essa matéria que não é bom para as mudanças de ciclo político que eu advogo para Portugal”, afirmou o candidato às presidenciais de 2016, à chegada a Viana do Castelo.

Sampaio da Nóvoa, que foi à capital do Alto Minho participar no arranque da Romaria da Agonia, disse partilhar da opinião de vários dirigentes políticos que querem os portugueses concentrados nas eleições do próximo dia 04 de outubro.

“Ouvi hoje vários dirigentes políticos, desde o António Costa ao Jerónimo de Sousa e à Catarina Martins, pronunciarem-se no mesmo sentido. Estou inteiramente de acordo com isso. Concentremo-nos nas legislativas, concentremo-nos no balanço de quatro anos muito difíceis para os portugueses e tentemos encontrar um novo ciclo político em Portugal”, sustentou.

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Nesse sentido, garantiu que, “a partir de agora”, não irá proferir “mais nenhuma declaração que tenha a ver com o apoio do ‘A’ ou do ‘B’ ou do partido tal”.

“A minha candidatura é independente, lançada há muitos meses, que procura unir, juntar e eu não quero dizer rigorosamente nada que possa, de algum modo, ser entendido como uma fratura, como um elemento de fragmentação”, frisou.

O candidato a Belém adiantou que as próximas legislativas são “um momento extraordinariamente importante para o futuro de Portugal e dos portugueses”.

“Concentremo-nos nesse dia”, apelou. O antigo reitor da Universidade de Lisboa, com ligações a Valença, terra da família materna, sublinhou a importância das festas da Agonia pelo “ambiente de acolhimento dos emigrantes”.

Na ribeira de Viana do Castelo, onde almoçou com alguns apoiantes locais, classificou a emigração como um tema “particularmente preocupante” para o país.

“O drama da emigração parece que nos assalta de décadas em décadas e, nos últimos anos, [está] a afetar jovens muito qualificados. É muito importante perceber que não é por aí o caminho de Portugal. O caminho de Portugal não é pela pobreza, não é por enviar os seus melhores para o estrangeiro, não é pelas desigualdades”, realçou.