Cavaco Silva tem culpas no caso do BPN, no caso do BPP e no colapso do BES, mas mais que isso, na própria política que foi seguida. Quem o diz é Henrique Neto, que escreveu uma carta aberta ao Presidente da República, apontando-lhe uma extensa lista de erros. O candidato a Presidente acusa ainda o atual de ter liderado, nos últimos dez anos “uma das maiores destruições de riqueza da nossa história, sem qualquer intervenção significativa que o evitasse”.

Para Henrique Neto, “não é credível” acreditar que Cavaco Silva, tendo informações existentes nas instituições da República, “não tenha previsto os prejuízos que resultariam de uma política de obras públicas irracional, de um indecoroso nível de endividamento externo (…) ou as desastradas intervenções e omissões do Estado nos casos do BPN, BPP, BES/GES, PT, BCP, parcerias público-privadas e o crescente nível de corrupção que levou à acusação e prisão de um número elevado de pessoas pertencentes ao topo da política e da administração portuguesas”. Mas há mais: algumas daquelas pessoas são “antigos e fiéis servidores de Vossa Excelência”.

Aquele que foi o primeiro a apresentar a sua candidatura a Belém aponta ainda uma espécie de “golpe final” dado pelo Presidente, ao não proteger o “o uso da língua portuguesa na União Europeia ao aprovar sem comentário público o fim do direito do uso da língua portuguesa na questão das patentes”.

No extenso rol de erros, o candidato presidencial lembra ainda que Cavaco “se mantenha calado sem uma palavra de condenação, sobre a impensável decisão do Governo de concessionar a exploração do Metro do Porto e do serviço da STCP, a menos de dois meses das eleições legislativas”.

A carta termina com um lamento: “Era desejável que terminasse (o mandato) com dignidade”, analisa Neto. E há ainda espaço para os desejos de “cumprimentos” ao ainda Presidente da República.

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