A ONU vai autorizar a Palestina a hastear a sua bandeira na sede da instituição internacional em Nova Iorque, uma nova etapa da intensa campanha diplomática para o reconhecimento do Estado palestiniano.

A resolução será hoje submetida à votação na Assembleia-geral das Nações Unidas e a sua adoção será uma formalidade, segundo fontes diplomáticas junto da ONU.

Em declarações em Paris, o primeiro-ministro palestiniano, Rami Hamdallah, afirmou que a resolução será “um passo do caminho para a Palestina ser um membro pleno das Nações Unidas”.

As únicas incertezas na votação passam pela extensão do apoio que vai reunir na Assembleia-geral e pela posição dos membros europeus, divididos sobre esta iniciativa. Os Estados Unidos e Israel opõem-se à resolução.

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Quando a Palestina se tornou um “Estado observador não-membro” da ONU em 29 de novembro de 2012, a votação contou com 138 votos a favor, nove contra e 41 abstenções entre os 193 países-membros da Assembleia-geral.

Os palestinianos intensificaram os esforços há várias semanas para reunir “o maior número possível de votos”, sublinhou o representante palestiniano junto da ONU, Riyad Mansour.

“Trata-se de uma medida simbólica”, reconheceu Riyad Mansour, frisando, no entanto, que a iniciativa vai “reforçar os alicerces do Estado palestiniano” e vai oferecer aos palestinianos uma “luz de esperança” numa altura em que o processo de paz com Israel está num impasse total.

O Estado da Palestina já integra diversas agências da ONU e faz parte do Tribunal Penal Internacional, mas, apesar do reconhecimento de mais de 130 países, ainda não se tornou um membro pleno das Nações Unidas.

A resolução hoje em votação pede que as bandeiras dos Estados não-membros da ONU com estatuto de observador sejam “hasteadas na sede e nos escritórios da ONU junto das dos países membros”. Só a Palestina e o Vaticano têm este estatuto.