Alexis Tsipras e o partido Syriza alargaram a vantagem face à oposição no que diz respeito às intenções de voto para as eleições de 20 de setembro. Depois de várias sondagens nas últimas semanas terem dado um empate ou uma vantagem mínima do Syriza face ao partido Nova Democracia, uma nova sondagem publicada no Efimerida Ton Syntakton deu 28,5% ao Syriza e 23,5% ao Nova Democracia. Já o partido formado pelos rebeldes do Syriza que querem a saída do euro não conseguirão mais de 2,5% dos votos.

Não será suficiente para a maioria absoluta ambicionada por Alexis Tsipras, nem mesmo com o bónus de 50 lugares no parlamento atribuídos na Grécia ao partido mais votado. Mas o líder do partido Syriza tem mais razões para sorrir depois da divulgação desta nova sondagem, já que esta lhe dá cinco pontos percentuais de vantagem sobre Evangelos Meimarakis e o Nova Democracia – o partido que cedeu a liderança do governo ao Syriza em janeiro e que, agora, é o maior partido da oposição.

A última sondagem publicada pela mesma empresa, a Pro Rata, tinha saído a 28 de agosto e dava uma vantagem de 3,5 pontos percentuais ao Syriza, pelo que a nova consulta dá conta de uma dilatação das intenções de voto em Tsipras.

Neonazis do Aurora Dourada em terceiro

Além de Syriza e Nova Democracia, afigura-se uma batalha renhida pelo terceiro lugar. Nesta sondagem, o partido nacionalista Aurora Dourada surge como terceiro partido mais votado, com 6,5%.

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Esses 6,5% chegam para ultrapassar os 4,5% dos socialistas do PASOK e, também, dos comunistas do KKE. O To Potami leva 4% e os Gregos Independentes (coligados com o Syriza no governo eleito em janeiro) ficam com 2,5%.

Já os rebeldes do Syriza que formaram o novo partido Unidade Popular e defendem abertamente a saída do euro não levam mais do que 2,5% dos votos, segundo a sondagem.

Os inquiridos nesta sondagem pronunciaram, também, favoravelmente à perspetiva de uma grande coligação entre o Syriza e o Nova Democracia. Mas um número equivalente de eleitores prefere que o Syriza volte a governar sozinho.

“A batalha para melhorar [o resgate] está longe de ter terminado”, garantiu no fim de semana passado Alexis Tsipras, ex-primeiro-ministro grego que se recandidata às eleições de 20 de setembro e que, perante a descida nas sondagens, promete anular algumas medidas que foram exigidas pelos credores e que foram aprovadas em troca do terceiro resgate. Essa “batalha” será, garante Tsipras, contra uma “Europa que não é a mesma que era há sete meses“.

A Europa ficou “chocada pela dura batalha promovida por uma nação determinada” como era a Grécia de Tsipras, defende o responsável que, perante a cisão no seu governo, decidiu demitir-se e pedir ao Presidente a convocação de eleições antecipadas, que foram agendadas para 20 de setembro. Apesar da capitulação para que pudesse receber o terceiro resgate, Tsipras defende que impôs uma “derrota moral” à Alemanha.