O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, transmitiu neste sábado ao primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, e ao Presidente palestiniano, Mahmud Abbas, a sua “profunda preocupação” face ao surto de violência em Jerusalém e na Cisjordânia. John Kerry falou “em separado” com os dois dirigentes para lhes transmitir a sua profunda preocupação sobre a recente vaga de confrontos e para manifestar apoio aos esforços que visem restaurar a paz o mais rapidamente possível”, refere um comunicado do Departamento de Estado norte-americano.

John Kerry condenou as “provocações” e exortou os dois homens a tomarem medidas positivas para reduzir as tensões. Horas antes, dois palestinianos tinham morrido em confrontos na Faixa de Gaza, tendo-se também registado dois esfaqueamentos fora da Cidade Velha de Jerusalém e mais confrontos violentos na Cisjordânia. Kerry reiterou “a importância de condenar veementemente a violência e lutar contra o incitamento, tomando medidas afirmativas para reduzir as tensões”, acrescenta o documento.

Já o primeiro-ministro israelita, Netanyahu, disse ter informado John Kerry de que espera que a Autoridade Palestiniana impeça as “provocações selvagens e mentirosas, que estão a causar a atual onda de terrorismo”. Por seu turno, Abbas disse ter reiterado a necessidade de as autoridades israelitas pararem de dar cobertura às “provocações de colonos, realizadas sob proteção do exército”.

Um míssil disparado por militares de Gaza atingiu hoje o sul de Israel sem causar vítimas, horas depois de se terem registado confrontos ao longo da fronteira, causando a morte de sete palestinianos.

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John Kerry sublinhou a importância de manter o “status quo” em palavras e ações no que respeita a al-Haram al-Sharif/Monte do Templo (local sagrado para árabes e judeus), bem como a importância de evitar ações que aumentem as tensões. Os Estados Unidos “continuarão envolvidos nos esforços para restaurar a calma”, referiu Kerry, acrescentado estar a monitorizar a situação “de perto”.

Por seu turno, o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, ordenou um reforço em massa da polícia e da guarda de Fronteiras, com treze companhias adicionais, para fazer frente à onda de violência que atinge a região há dez dias. “Ao aproximar-se o fim de semana, o primeiro-ministro pediu aos oficiais de segurança que reforçassem em massa as forças de polícia e guarda israelitas”, refere uma nota do gabinete do primeiro-ministro.

Depois do pedido do primeiro-ministro, reunimos para analisar a situação e o primeiro-ministro aprovou a mobilização de 13 companhias da polícia de fronteiras, além das três já mobilizadas, acrescenta a nota, sublinhando tratar-se de uma medida “preventiva” e “dissuasora”.

“Ordenei a mobilização de companhias da polícia de fronteiras para restaurar a segurança e a ordem em Jerusalém e no país. Continuaremos a fazer tudo que seja necessário”, assinalou o chefe de Governo. A guarda de fronteira é normalmente colocada em áreas de população mista — árabe e judia – no território palestino ocupado de Jerusalém Oriental.

A medida sucede a dez dias de escalada de confrontos na Cisjordânia, em Jerusalém Oriental e na Faixa de Gaza. Quatro israelitas e 20 palestinianos mortos é o balanço dos confrontos dos últimos dias.