Sem surpresas, os colégios privados continuam a liderar o ranking das escolas e até aumentaram a sua representação este ano, no que diz respeito ao ensino secundário, de acordo com a análise efetuada pela Lusa aos dados disponibilizados pelo Ministério da Educação e que o Observador sistematizou.
De um universo de 505 escolas secundárias, com mais de 100 exames nacionais realizados em 2014/2015, as primeiras 26 posições do ranking são todas elas ocupadas por escolas privadas, contra as 23 do ano anterior. O ranking das escolas de ensino secundário elaborado pela Lusa mostra ainda que a maioria dos privados se mantém estável, não se movendo mais do que 30 lugares de um ano para o outro, enquanto as escolas públicas conseguiram subir ou descer mais de 200 lugares na tabela.
No 4.º ano, mais de um quarto das escolas do 1.º ciclo (27,45%) obteve média negativa nos exames de português e matemática, ainda assim melhor do que o desempenho registado no ano anterior. Melhorias também foram verificadas ao nível das provas finais de 6.º ano. Já no 9.º ano, entre as 30 escolas com melhores médias nos exames, há apenas uma pública, na Madeira, sendo que no top 10 as privadas surgem isoladas.
Numa análise mais aprofundada, efetuada pelo Observador, às notas internas que as escolas dão aos seus alunos também é possível perceber quais são as escolas secundárias mais e menos “generosas” do país. Ao longo dos últimos cinco anos há 15 escolas que aparecem sempre no top das escolas que mais inflacionam as notas dos alunos. E, dessas, 10 são privadas.
O Ministério da Educação divulga ainda, este ano, um novo indicador que permite perceber quais as escolas que mais contribuíram para a progressão dos alunos, tentando reduzir ao mínimo o efeito do contexto socioeconómico dos estudantes, uma vez que compara escolas com públicos semelhantes. Segundo a Lusa, apenas três escolas secundárias públicas e três privadas conseguiram sempre, nos últimos cinco anos, que os alunos que realizaram exames no 12.º ano melhorassem os resultados a português e a matemática, quando comparado com as notas que tinham tido no 9.º ano.
O ranking das escolas é uma publicação anual que permite perceber que posições ocupam as várias escolas públicas e privadas do país (e no estrangeiro), tendo em consideração os resultados nos exames nacionais. Muitos são os que criticam este ranking por não ter em conta o contexto socioeconómico dos alunos e os percursos escolares, bem como os critérios seguidos pelas escolas, nomeadamente as privadas, para escolherem os melhores alunos. Mas, para já, é o único ranking possível. Clicando em cada um dos botões seguintes poderá obter informação mais detalhada sobre cada um dos ciclos de ensino.