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Morreu o historiador e escritor Paulo Varela Gomes

Este artigo tem mais de 5 anos

O escritor e historiador da arquitetura Paulo Varela Gomes morreu este sábado, depois de ter perdido a batalha contra um cancro diagnosticado há quatro anos.

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O escritor e historiador da arquitetura Paulo Varela Gomes morreu este sábado, depois de ter perdido a batalha contra um cancro diagnosticado há quatro anos. A informação está a ser avançada pelo Jornal Público.

Nascido em 1952, os últimos anos do escritor foram passados numa quinta na aldeia Podentes, concelho de Penela, onde vivia depois de se ter aposentado da Universidade de Coimbra, onde era investigador no CES – Centro de Estudos Sociais. Também era docente do Programa de Doutoramento “Patrimónios de Influência Portuguesa”.

Descrito como um “enfant terrible” e um “troublemaker” pelos colegas mais próximos. Paulo Varela Gomes deixara a Universidade em 2012, devido à doença.

O mesmo Público lembra o percurso do escritor durante os primeiros anos na Faculdade de Letras de Lisboa, onde fez o curso de História e foi um militante ativo da UEC – União dos Estudantes Comunistas, o braço estudantil do PCP então dirigido por Zita Seabra.

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Filho do coronel Varela Gomes, um militar que esteve ligado ao golpe de Beja, em 1961, e que se destacaria durante o PREC pelo seu papel da 5ª Divisão do MFA, nunca deixou de se envolver na política de forma ativa. Ainda professor no ensino secundário, foi um militante ativo do PCP até se juntar a Miguel Portas, de quem era muito próximo, para fundar o movimento Política XXI, um dos três grupos que estariam na génese do Bloco de Esquerda.

Em 2015, Paulo Varela Gomes publicou um texto na revista Granta onde falava da sua batalha contra a doença, do suicídio e da morte, um texto que é um impressionante e raro testemunho muito pessoal e surpreendentemente frontal:

“Ergui os olhos que tinha fixados na guarda do gatilho e vi um pinhal que o sol, através de uma abertura nas nuvens, isolava, dourado, do verde-escuro da encosta. Ocorreu-me de repente uma vaga de alegria inexplicável, como se fosse um sinal da presença de Deus à semelhança daqueles que os textos sagrados referem por vezes. Cheguei à mais simples conclusão do mundo: estava vivo e, enquanto assim estivesse, não estava morto. Fiquei verdadeiramente contente, a vida a fervilhar em todas as veias, mesmo as estragadas. Pousei a arma no chão e regressei a casa. Não olhei para trás”.

Protagonizou duas séries documentais para a RTP, “O Mundo de Cá” — onde se mostravam as civilizações que os portugueses encontraram quando chegaram à Índia e a Ceilão — e “Malta Portuguesa” — sobre as relações ocultas entre Portugal e Malta e a evolução da fronteira ocidente-oriente desde as cruzadas até à atualidade. Foi também representante da Fundação Oriente na Índia (em Goa) em 1996-1998 e em 2007-2009.

Historiador de arquitetura, nunca deixou de participar nos grandes debates sobre o destino do nosso património e das nossas cidades. Um bom exemplo disso é esta participação num Pós e Contras sobre Lisboa, em 2007:

Casado, pai de dois filhos e avô de uma neta e de um neto, publicou romances — «O Verão de 2012», «Hotel» (Prémio PEN Narrativa 2015) e «Era Uma Vez em Goa» — e um volume de crónicas — «Ouro e Cinza”, aqui recenseado por António Araújo —, pode ler-se na nota disponibilizada pela revista Granta. A sua obra mais recente, publicada já este ano, é “Passos Perdidos”, de novo um romance.

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