A União Europeia deve discutir o alívio da divida grega e seguir em frente mesmo sem o Fundo Monetário Internacional (FMI), defendeu o ministro das Finanças, Mário Centeno, numa entrevista publicada esta terça-feira no jornal alemão Bild . “Temos de iniciar essa discussão. A união monetária europeia tem agora instituições muito fortes e podemos lidar com a maioria dos problemas sozinhos “, diz ainda Mário Centeno.

Os ministros das Finanças da zona euro vão discutir um alívio da dívida para a Grécia quando se encontrarem no próximo mês, mas este objetivo tem sido merecido a firme oposição do ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble para quem este tipo de medida iria enfraquecer o esforço grego em desenvolver reformas.

O ministro português reconhece ainda que a participação do FMI no terceiro pacote de empréstimo à Grécia coloca um dilema ao ministro das Finanças alemão. Os responsáveis do Fundo têm defendido a necessidade de uma redução da dívida grega, no quadro da negociação do terceiro resgate a Atenas.

Centeno defendeu ainda uma revisão ou mesmo substituição do Pacto de Estabilidade e Crescimento, considerando que existe um grande espaço para melhoria das atuais regras sobre o endividamento dos países do euro. O pacto define limites para a dívida e para o défice e é por não ter cumprido esses limites no passado que Portugal enfrenta um procedimento por défices excessivos que chegou a suscitar a discussão de aplicação de sanções financeiras e suspensão de fundos europeus.

Durante o debate do Orçamento do Estado para 2017, o ministro das Finanças tinha admitido que “é necessário que Portugal tenha redução na taxa de juro que paga pelo seu endividamento”. Mas Centeno remeteu uma discussão sobre o tema para o plano europeu.

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