A Alemanha deveria sair da zona euro para se salvaguardar a união monetária e, mais do que isso, para se salvar a União Europeia. A posição é assumida por um dos mais reconhecidos empresários alemães, Roland Berger, fundador da consultora financeira com o seu nome. Em entrevista ao diário alemão Handelsblatt, Roland Berger diz que os problemas da Europa, que na sua opinião foram causados pelo euro, podem levar o bloco de países a uma situação “catastrófica”.

“Não deveríamos pensar tanto sobre se a Grécia pode ou não ser salva. Em vez disso, devemos ponderar se é ou não é mais lógico para a Alemanha sair do euro para preservar a União Europeia como um todo”, afirmou Roland Berger, um consultor influente junto dos principais empresários alemães.

Roland Berger acrescenta que são necessárias decisões “radicais” para evitar que a União Europeia fique numa “situação catastrófica” — a alternativa à saída da Alemanha da zona euro seria a criação de uma união de transferências semelhante, por exemplo, ao que existe nos EUA ou entre os estados federais alemães. Só dessa forma, defende Roland Berger, faria sentido manter a Alemanha na zona euro sem que os seus excedentes comerciais criem desequilíbrios danosos para a relação entre os Estados-membros.

A Alemanha mantém excedentes da balança de pagamentos próximos de 10% mas, por outro lado, está “presa” à política monetária de juros baixos que é mais benéfica para os países do sul da zona euro mas que é prejudicial para a economia alemã. São estes desequilíbrios que arriscam lançar a “catástrofe” na União Europeia, avisa Roland Berger.

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