A taxa de inflação homóloga abrandou em março para os 2,4% em março, face aos 2,6% de fevereiro, segundo uma estimativa rápida divulgada esta quarta-feira pelo Eurostat. A descida da inflação é uma surpresa já que a generalidade dos economistas consultados pela Reuters anteviam que o número se mantivesse inalterado face aos 2,6% de fevereiro (também na comparação homóloga).

Segundo a estimativa rápida, também a taxa de inflação subjacente (que exclui componentes mais voláteis como a energia e alimentos) recuou de 3,1% em fevereiro para 2,9% em março. Este é um valor que será visto com bons olhos pelo Banco Central Europeu (BCE), que se prepara para fazer nos próximos meses a primeira redução das taxas de juro depois das rápidas subidas dos últimos anos – mais do que a inflação global, a inflação subjacente é considerada um melhor barómetro de como as pressões inflacionistas se estão a enraizar nas economias.

É muito provável que o BCE decida fazer um corte das taxas de juro no início de junho, reforçou a presidente do BCE, Christine Lagarde, há poucos dias. Mas não se deve assumir, alertou a presidente do BCE, que depois dessa primeira descida a autoridade monetária irá continuar a baixar os juros nos meses seguintes. “Mesmo depois de um primeiro corte da taxa de juro, não podemos comprometer-nos antecipadamente com uma trajetória específica na taxa de juro”, sublinhou a francesa.

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A inflação portuguesa usada para comparação europeia foi calculada pelo Eurostat em 2,6%, subindo face aos 2,3% do mês anterior. Na semana passada o Instituto Nacional de Estatística (INE) calculou a inflação portuguesa em 2,3%, de acordo com a metodologia que é utilizada pelo INE.

Inflação acelera em março para 2,3%

De acordo com o serviço estatístico europeu, entre os 20 países que têm como moeda o euro, é esperado que a componente dos serviços apresente a maior taxa de inflação anual (4,0%, estável face a fevereiro), seguida pela da alimentação, álcool e tabaco (2,7%, que se compara com 3,9% de fevereiro), a dos bens industriais não energéticos (1,1%, face aos 1,6% de fevereiro) e da energia (-1,8%, contra os -3,7% de fevereiro).