O PSD acusa o Governo de estar a provocar a “degradação dos serviços públicos“, com as cativações que — como avançou o Observador — no final de novembro eram superior a mil milhões de euros. O vice-presidente da bancada do PSD, António Leitão Amaro, afirma ao Observador que estes dados demonstram que para cumprir a meta do défice (que o Governo garante que ficará nos 2,3%) “existiram não um, mas vários planos B, quer na receita, quer na despesa“.

Do lado da despesa, além do “maior corte no investimento público de que há memória na história democrática”, Leitão Amaro alerta para o impacto das cativações no funcionamento dos serviços. Olhando para os os mais de mil milhões de euros congelados, o vice-presidente da bancada do PSD diz que “não admira, que no final de 2016 e no início de 2017 se estejam a suceder notícias de degradação dos serviços na educação, saúde, inovação, investigação e transportes“.

Leitão Amaro lembra que “chegámos ao ponto de não haver sequer bilhetes no metro porque não havia dinheiro para os comprar, várias escolas que fecharam porque estavam sem trabalhadores suficientes para que pudessem funcionar no seu horário e assistimos ao aumento dos pagamentos em atraso.”

O deputado do PSD denuncia ainda outras situações em que “médicos e enfermeiros trabalharam em condições precárias, bolsas que não são pagas nas universidades ou escolas profissionais que não recebem o dinheiro necessário para funcionar. E isto não são notícias não são inventadas. É certo que já não temos os sindicatos da CGTP a denunciarem várias destas histórias, mas, mesmo sem eles, elas têm vindo a público.”

Leitão Amaro gostava de poder dizer mais sobre como (e onde) estas cativações afetam os serviços, mas “o governo não responde às perguntas que sobre o assunto”. O PSD só sabe porque recebe “queixas das escolas, dos hospitais, das universidades.” A bancada do PSD não tem, no entanto, dúvidas das áreas onde o Governo cortou e que isso penalizou a qualidade dos serviços. Leitão Amaro concluiu: “Isto paga-se. É doloroso. É a fatura das esquerdas“.

Além das cativações, que castigam os serviços públicos “no presente”, Leitão Amaro alerta ainda para a redução do investimento público que vai “degradar os serviços públicos no futuro”, já que “para poder distribuir alguma coisa no setor público agora, o Governo está a aumentar as responsabilidades no longo prazo, na renovação das infraestruturas, a deixar uma fatura, no futuro, de equipamentos e infraestruturas que se degradam”. O vice-presidente da bancada do PSD alerta ainda para os planos B do lado da receita: o aumento dos impostos indiretos e o “perdão fiscal”.

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