O secretário-geral dos TSD, Pedro Roque, — um dos três deputados que defendeu que o partido devia ter viabilizado a redução da Taxa Social Única — voltou à polémica da TSU sem a referir diretamente, advertindo que o PSD “sabe que tem toda a vantagem em escutar” os TSD em matérias do “mundo laboral”. Ora, se o tivesse feito (e considerado), ter-se-ia abstido no Parlamento na última quarta-feira, quando votou ao lado do PCP e Bloco de Esquerda contra a descida da TSU. As declarações foram feitas na newsletter oficial do partido, que é organizada pela comunicação de Passos Coelho.

Numa frase que podia ter sido tirada a papel químico do PCP, o secretário-geral dos TSD titula o texto com a frase: “Somos o partido dos trabalhadores“. Pedro Roque diz que os TSD sentem “o PSD de um modo muito especial”, como partido que “não sendo de esquerda, também está longe de ser de direita.” Os TSD dizem ainda serem com “orgulho” os “fiéis depositários do ideário social-democrata do PSD e do espírito de Sá Carneiro”, que se afasta tanto dos “projetos coletivistas” como do “capitalismo selvagem.”

Voltando à divergência que opôs esta estrutura autónoma, que sacrificou a sua intenção em defesa do partido, Pedro Roque garante que mesmo que os TSD possam “discordar pontualmente“, sabem “no essencial ser solidários com o partido.

Pedro Roque lembra ainda que os TSD são a estrutura autónoma do PSD “para o mundo laboral e o movimento sindical e citou Sá Carneiro para sustentar que o PSD é o partido dos trabalhadores: “Não aceitamos trabalhadores encartados, que nem sequer trabalham, mas enchem a boca em seu nome. Aceitamos sim todos os que em silêncio e de mãos calejadas angariam o seu sustento. Nessa exata medida, somos o partido dos trabalhadores.”

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