O Ministério Público está a investigar sete casos relacionados com o esquema “Baleia Azul”, avança a RTP. A informação é revelada depois da a Procuradoria-Geral da República ter entregue ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) a investigação de todos os casos da “Baleia Azul” que lhe foram comunicados. O jogo, que leva a mutilações e até ao suicídio entre jovens adolescentes, já terá causado pelo menos quatro vítimas em Portugal, a maior parte obrigando a internamento hospitalar. O DCIAP será “coadjuvado pela Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3) da Polícia Judiciária, num trabalho de estreita colaboração, acordado entre as duas instituições”, anuncia ainda a PGR.

Mas há mais. “Face à gravidade das respetivas consequências, da sua repercussão social e da especial sensibilidade e complexidade de que se reveste a investigação”, a PGR vai também reforçar as suas equipas para investigar os vários casos. Para isso foi designado um membro do próprio gabinete da Procuradoria-Geral para acompanhar, coordenar e articular todas as intervenções do Ministério Público nas suas diversas jurisdições, com competência para investigar os processos em causa.

O próprio gabinete de Cibercrime da PGR vai dar apoio e assessoria ao Ministério Público e fazer um estudo aprofundado sobre a “Baleia Azul” em articulação com as instituições que se revelarem importantes. O objetivo é criar uma cooperação de “prevenção e repressão deste fenómeno criminal”.

A história, os casos e os alertas do jogo “Baleia Azul” em nove pontos

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Joana Marques Vidal quer também uma intervenção dos Procuradores “com competência na jurisdição de famílias e menores”. Pede-lhes que sinalizem todas as situações que conhecem de crianças e jovens que possam estar a ser vítimas deste fenómeno; que façam “um especial acompanhamento das situações ali sinalizadas”; e que decidam que “medidas de proteção” são necessárias e devem ser tomadas.

O jogo “Baleia Azul” — que também é conhecido por Blue Whale Challenge — começou por causa de um artigo publicado num jornal russo, há cerca de um ano. O artigo do Novaya Gazeta analisava uma série de suicídios de adolescentes na Rússia e revelava que os jovens que se se suicidaram tinham participado, antes, em fóruns na rede social VKontakte (VK.com) — uma espécie de Facebook russo.

O jogo passa-se nas redes sociais e consiste em efetuar, a pedido de um “curador” que envia aos participantes 50 desafios diários que visam sempre o contacto direto com a dor. O último desafio é o suicídio que deve ser gravado em direto e enviado para o gestor do jogo, que as autoridades ainda não identificaram. Há, até agora, oito vítimas deste jogo em Portugal.