A mais recente capa do Charlie Hebdo voltou a colocar o jornal satírico francês na mira de muitas críticas. Em destaque está o ataque terrorista que há uma semana vitimou 14 pessoas em Barcelona (mais uma haveria de morrer, na sequência de segundo atentado em Cambrils). Na capa é possível ver uma carrinha branca a afastar-se, deixando para trás duas vítimas mortais. A imagem é acompanhada da mensagem “Islão, religião de paz… eterna”, escrita a vermelho.

A caricatura é imediatamente associada ao ataque fatal de há uma semana, quando uma carrinha branca avançou sobre uma multidão nas Ramblas, no centro de Barcelona. Entre as muitas críticas que, entretanto, surgiram — a maior parte delas nas redes sociais, onde a publicação chega a ser acusada de ser “islamofóbica” e “racista” — está a de Stéphane Le Foll, ex-ministro socialista e ex-porta-voz do governo do anterior Presidente francês, François Hollande.

Quando questionado sobre a capa do Charlie Hebdo, no decorrer de uma entrevista, o ex-ministro mostrou descontentamento face à ilustração: “As confusões são muito perigosas. Dizer que o Islão é uma religião de paz dando a entender, no entanto, que é uma religião de morte é extremamente perigoso”.

O Charlie Hebdo não é uma publicação qualquer. A 7 de janeiro de 2015, dois terroristas armados atacaram a redação do jornal e fizeram 12 mortos. Na altura, um dos fundadores do Charlie Hebdo, Henri Roussel, acusou o diretor do jornal de ter “arrastado a equipa” para a morte, depois das sucessivas reproduções de caricaturas de Maomé.

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