O município de Mbanza Congo, na província angolana do Zaire, corre o risco de ficar isolado dos restantes devido à situação das ravinas, ameaçadas pelas chuvas torrenciais que têm caído na região nos últimos dias.
A informação foi avançada esta quinta-feira pelos Serviço de Proteção Civil e Bombeiros daquela província no norte de Angola e as autoridades tradicionais referem que desde o início do período de chuvas, em setembro, quatro pessoas morreram e 338 famílias – o correspondente a 2.028 pessoas -, ficaram desalojadas, consequência igualmente da progressão das ravinas.
Mbanza Congo é a capital da província do Zaire, no norte de Angola, este ano certificada pela UNESCO como património da humanidade.
Segundo os regedores dos bairros 11 de Novembro e 4 de Fevereiro, os mais afetados pelas ravinas, a situação é preocupante, apelando à urgente intervenção das autoridades.
“No ano passado, quase todo o mundo sabe, o 4 de Fevereiro sofreu. Houve mais de 25 casas que partiram devido às chuvas”, disse o regedor daquele bairro, Lúcio Manazola, em declarações à rádio pública angolana.
Para prevenir a ocorrência de mais mortes, as autoridades, em colaboração com o Serviço de Proteção Civil e Bombeiros, tem levado a cabo campanhas de sensibilização sobre a construção em zonas de risco.
Entretanto, de acordo com o regedor do bairro 11 de Novembro, nem sempre a população tem acatado com as orientações das autoridades, pondo em risco a sua própria vida.
“Nós vivemos numa área perigosa, por causa das chuvas há vários acidentes que acontecem aqui”, disse Massamba Siona, considerando “a situação preocupante”.
O povo não entende, não sei o que é que se passa, mas eles não sabem que o risco é deles”, frisou.
A construção de habitações em zonas de risco é uma das preocupações apontadas pelas autoridades angolanas nesta matéria.