Quando chegou ao Sporting vindo do Wolfsburg na última época, Bas Dost era já goleador. Sempre o foi desde os idos do Heracles e do Heerenveen, ainda na Holanda. Mas estava sempre, e utilizando a gíria dos tempos de escola, “à mama”. Jesus ensinou-lhe muito. Trabalhou-se para servir mais ao Sporting do que a servir a si mesmo, Dost. Hoje tabela (de cabeça e com ambos os pés — dois pés que antes pareciam “tijolos” de biqueira larga) de costas voltadas para a baliza e com precisão, pressiona as defesas do primeiro ao último minuto — e estas acabam os jogos com os bofes de fora.

Mas apesar de ser mais “operário” do que antes o era, não se desgasta e está sempre no sítio certo — como só os goleadores estão — na hora de empurrar para o o golo.

A primeira volta terminou este domingo e Dost terminou-a, depois do hat-trick ao Marítimo, com dezasseis golos (só Jonas conta mais: vinte), melhorando em três a sua estatística da temporada passada. Mas também o Sporting melhorou: não tem qualquer derrota e soma mais três vitórias do que em 2016/17. Mas voltando ao hat-trick ao Marítimo: foi o décimo hat-trick de Dost desde que faz do futebol seu ofício, sexto desde que veste de verde-e-branco. Em Portugal, fez dois ao Chaves, um ao Braga, um ao Boavista e um póquer (leia-se: quatro golos) ao Tondela. Em quase todos os hat-trick de Bas Dost há algo em comum. Ao terceiro remate com direção no jogo com o Marítimo, Dost fez o terceiro golo. É quase sempre assim: eficaz.

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Contas feitas, e desde que está em Portugal, Bas Dost fez cinquenta golos no campeonato e dois na Taça de Portugal. Para encontrar alguém mais “certeiro” do que ele na viragem da primeira volta pelo Sporting é preciso recuar à época 2001/02 — última em que o Sporting venceu o título. Então, um tal de Mário Jardel de Almeida Ribeiro conseguia dezanove golos.