A Polícia Judiciária deteve 17 suspeitos de desviarem centenas de milhares de euros através do furto e falsificação de cheques da Segurança Social. A operação de buscas, que teve início na manhã desta terça-feira, teve origem numa denúncia apresentada pelo Instituto da Segurança Social.

Foram detidos 11 homens e seis mulheres que são acusados da “prática continuada de crimes de furto, violação de correspondência, falsificação de documentos [cheques da Segurança Social], burla qualificada e branqueamento de capitais”, segundo um comunicado da PJ. Com idades compreendidas entre os 22 e os 69 anos, os detidos serão presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das mediadas de coação.

Na operação, denominada ‘Check out’, estiveram envolvidos 120 operacionais da Polícia, tendo sido dado cumprimento a 27 mandados de busca, sendo 22 domiciliárias e cinco não domiciliárias. Segundo a PJ, foram apreendidos computadores, telemóveis e material utilizado nas falsificações, bem como documentação relacionada com a atividade em investigação. Também foi apreendida uma pequena quantidade de cocaína, uma balança de precisão e produto de adulteração de estupefacientes.

Em comunicado, o Instituto da Segurança Social escreve que “As diligências efetuadas neste dia pelas entidades competentes, no âmbito de um processo que envolve a apropriação de cheques para pagamento de prestações devidas pela segurança social, tiveram origem em denúncia oportunamente apresentada por este Instituto”.

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A investigação decorre já há um ano e, segundo a PJ, visou “uma associação criminosa que se vinha dedicando ao furto de cheques da Caixa Geral de Depósitos, titulados pela Segurança Social e dirigidos a beneficiários diversos”. Ao que tudo indica, a operação começava com o furto de cheques, que eram impressos, sendo depois entregues aos falsificadores. Estes, por sua vez, “modificavam os elementos dos documentos”, de modo a alterar o nome do verdadeiro beneficiário.

Depois, os cheques eram depositados nessas contas e os autores apropriavam-se daqueles valores ou através de levantamentos em caixas de multibanco ou da compra de moeda estrangeira e posterior venda da mesma e compra de euros.

“Com este modo de atuação, os autores conseguiram recolher e distribuir entre si, montantes que ascendem a várias centenas de milhares de euros”, sublinha a PJ.

O Instituto da Segurança Social assegura ainda que vai continuar empenhado no combate a todos os tipos de práticas que não estejam alinhadas com o seu Código de Ética ou que violem as normas que enquadram a atuação da Administração Pública, continuando a trabalhar em articulação com as entidades competentes.