A competitividade dos bens e serviços de Portugal, aferida pelo custo salarial horário, não foi enfraquecida pelos “aumentos consecutivos” do salário mínimo, considerou hoje a Standard & Poor’s (S&P), em análise à economia portuguesa.

Para justificar esta sua posição, a S&P mencionou a existência de algumas medidas que compensaram parte dos custos adicionais para os empregadores e recordou que “o custo da hora de trabalho em Portugal permanece em 54% da média da Zona Euro”.

A S&P manteve hoje a nota de Portugal em BBB-, a nota mínima do escalão de investimento, com perspetiva estável.

A agência justificou a sua perspetiva com a ponderação da continuação do “crescimento económico sólido e da consolidação orçamental nos próximos dois anos” com as “vulnerabilidades da elevada, se bem que em queda, dívida externa privada e pública”.

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A economia, na opinião da S&P, deve manter um ritmo de crescimento forte, se bem que em perda de velocidade, depois de em 2107 se ter expandido 2,7%, “o mais forte ritmo de crescimento em cerca de duas décadas”.

A SA&P prevê agora que o Produto Interno Bruto (PIB) aumente 2,3% em 2018 e 1,8% em 2021, crescimento este que tem uma base alargada, “com contributos positivos de quase todos os setores”.

As melhorias macroeconómicas refletem-se na subida dos preços do imobiliário, que já estão nove por cento acima dos máximos pré-crise, em 2008.

Também, o mercado laboral apresenta melhorias acentuadas, com a S&P a atribuir também parte da causa às reformas do governo anterior.

Em 2017, o emprego aumentou em 3,5%, reduzindo a taxa de desemprego para 9,0%, bem abaixo do pico de 17,5% em 2013, bem como dos valores apresentados hoje por França, Itália e Espanha.

Até 2021, a S&P espera que a taxa continue a cair e atinja então os 7,0%.

O problema aqui é o desemprego entre os jovens, cuja taxa é de 22,2%, acima da média de 17,7 da Zona Euro.