Quatro palestinianos foram esta sexta-feira mortos por tiros israelitas na Faixa de Gaza, na quarta sexta-feira consecutiva de manifestações em massa no território, tendo sido registados mais de 150 feridos, indicaram as autoridades de saúde da Gaza.

Entre as vítimas mortais está um jovem de 15 anos, com os soldados de Israel a disparem a partir da vedação da fronteira.  Com as últimas mortes, aumenta para 32 o número de palestinianos mortos pelas tropas de Israel durante os protestos que ocorrem desde o final de março, registando-se mais de 1.600 feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.

Os manifestantes reivindicam o regresso dos refugiados palestinianos às terras de onde foram expulsos ou fugiram após a criação do Estado de Israel, em 1948, e protestam contra o bloqueio que Israel impõe há mais de 10 anos à faixa de Gaza, dirigida pelo movimento radical Hamas. As sextas-feiras são o dia em que milhares de palestinianos participam nas manifestações de protesto. A maioria fica a algumas centenas de metros da barreira de segurança fortemente guardada pelo exército israelita, mas alguns aproximam-se da cerca e tentam lançar projéteis contra os soldados, arriscando a vida.

O exército israelita lançou esta sexta-feira panfletos sobre a faixa de Gaza apelando aos palestinianos para não se aproximarem da fronteira e não se deixarem manipular pelo Hamas. Advertiam que os militares estão “prontos para qualquer eventualidade”. O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a representante da diplomacia europeia, Federica Mogherini, já pediram um inquérito à utilização por Israel de balas reais contra os participantes na “marcha do retorno” e o Parlamento Europeu exortou Israel a “abster-se de qualquer recurso à força letal” contra os manifestantes palestinianos.

Os eurodeputados pediram também aos “líderes das manifestações na faixa de Gaza para se absterem de qualquer incitação à violência” e declaram-se preocupados com o “facto de o Hamas parecer ter por objetivo a escalada das tensões”. O crescente número de vítimas palestinianas demonstra que as forças armadas de Israel seguem a regra de abrir fogo, apesar das críticas internacionais ao uso de força letal contra manifestantes desarmados. Israel diz que está a defender a sua fronteira e alega que o Hamas usa protestos como cobertura para ataques. O final dos protestos está marcado para 15 de maio, o aniversário da criação de Israel, designado pelos palestinianos como a ‘Nakba’ (catástrofe).

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