Uma família quase completa — quatro irmãos, a mãe, e os avós — foi encontrada sem vida perto de Margaret River, na Austrália. O pai dos meninos acredita que o avô se terá suicidado depois de ter matado a mulher, a filha e os netos. Segundo o ABC, a polícia está a investigar o que poderá ter levado Peter Miles, de 61 anos, a cometer o crime que está a chocar a Austrália e o mundo.

Aaron Cockman, o pai das crianças, que falou pela primeira vez em público desde o trágico acontecimento, acredita que foi o avô dos filhos quem os matou a tiro. Os corpos da esposa, Cynda, de 58 anos, da filha, Katrina, de 35, e dos netos — Taye, de 13, Rylan, de 12, Arye, de 10, e Kadyn, de oito — foram encontrados na sexta-feira na propriedade da família. De acordo com a BBC, Cockman disse que não se sente irritado com o que aconteceu, mas “tremendamente triste” pelos filhos, que já não podem viver os seus sonhos.

Eu continuo a amar a pessoa que era o Peter… se não fosse por ele eu não teria a Katrina, não teria os meus filhos. Não é uma pessoa qualquer que mos tirou [aos filhos], ele deu-mos e agora levou-os”, afirmou Cockman.

Em comunicado disse que Peter Miles lutou durante anos para recuperar do suicídio de um dos filhos e que a notícia recente de que outro filho estava com problemas o poderá ter conduzido a cometer a loucura. “Ele pensou: Eu não posso viver mais, (…). Eu preciso de levar toda a gente comigo porque isso vai resolver todo o problema“, disse Cockman.

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Aaron Cockman, o pai das quatro crianças, falou pela primeira vez no domingo

De acordo com as autoridades que estão a investigar o caso, o tiroteio desenrolou-se de forma metódica. Primeiro, Peter Miles terá baleado a filha e depois as quatro crianças, enquanto dormiam nas suas camas, e de seguida terá apontado a arma à mulher, antes mesmo de ter feito uma chamada anónima para a polícia. Quando as autoridades chegaram ao local, já Miles se encontrava também sem vida. As autoridades encontraram três armas com as licenças em nome de Peter Miles na propriedade da família.

O atual primeiro-ministro da Austrália Ocidental, Mark McGowan, reagiu ao trágico acontecimento e afirmou que o crime não poderia ter sido previsto e que as causas poderão nunca vir a ser conhecidas, segundo o jornal The Guardian. McGowan visitou Margaret River, onde esteve com Aaron Cockman durante meia hora: “Ele é obviamente um pai em luto e está a passar por um momento difícil. É uma tragédia chocante, inesperada e terrível e muitas pessoas vão sofrer por isto durante anos”. O político, que deixou também um comunicado na sua conta oficial do Twitter, onde escreveu que a tragédia foi uma perda de enorme magnitude, acrescentou: “É evidente o que se passou, mas se há algum motivo… eles estão a investigar”.

Aaron, que se encontrava numa luta pela custódia dos filhos com Katrina, culpava os sogros por não as poder as crianças. O pai questiona-se agora sobre a forma como seguir em frente, depois de ter perdido aquilo que de mais importante tinha na vida. Em choque, diz que ainda não caiu na realidade: “Perdi tudo na minha vida”, disse.