A população residente em Portugal diminuiu em 2017, mas a um ritmo menor do que nos anos anteriores, o que se deveu ao fluxo migratório para o país, aponta o Instituto Nacional de Estatística (INE). Pela primeira vez desde 2011, o número de imigrantes foi superior ao número de pessoas que saíram de Portugal.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo INE indicam que a população residente em Portugal em 2017 diminuiu em 18. 5 mil habitantes face ao ano de 2016, tendo a taxa de crescimento efetivo permanecido negativa.

“O abrandamento do decréscimo populacional em 2017 resultou da passagem do saldo migratório para valores positivos (+4.886), mantendo-se o saldo natural com valor negativo (-23.432), traduzindo-se numa taxa de crescimento migratório positiva de 0,05% e na manutenção de uma taxa de crescimento natural negativa (-0,23%)”, explica o relatório.

Após seis anos de crescimento negativo, o saldo migratório apresentou em 2017 um valor positivo (+4.886), resultado da conjugação da diminuição da emigração permanente (31.753 emigrantes face a 38.273 estimados para 2016) e do aumento da imigração permanente (36.639 imigrantes contra 29.925 em 2016).

O documento especifica, no entanto, que o número estimado de “emigrantes temporários continua a ser superior ao de emigrantes permanentes, situando-se em 49.298, o que expressa um decréscimo de 16,3% face ao valor de 2016″.

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Relativamente ao envelhecimento demográfico em Portugal, esse continua a acentuar-se. A proporção de idosos em Portugal foi superior à média da União Europeia, sendo o quarto país com maior percentagem de idosos, apenas ultrapassado pela Alemanha, Grécia e Itália.

Em Portugal, a população com idade igual ou superior a 65 anos representava 21,5% da população total, enquanto a população com menos de 15 anos representava apenas 13,8% — apesar de o número de filhos por mulher em idade fértil (1,37) ter sido ligeiramente superior ao valor registado em 2016 (1,36).

O envelhecimento demográfico é, no entanto, transversal a todos os países da União Europeia, devido ao facto de a esperança média de vida continuar a aumentar (no triénio 2015-2017, diz o relatório, “o valor da esperança de vida à nascença foi estimado em 80,78 anos para o total da população” em Portugal).

População em Portugal deve diminuir para 7,7 milhões até 2080

Portugal perderá população até 2080, passando dos atuais 10,3 milhões para 7,7 milhões de residentes, ficando abaixo dos 10 milhões já em 2033, de acordo com as estimativas divulgadas. “No futuro, mantém-se o declínio populacional e o agravamento do envelhecimento demográfico”, antevê o INE. O número de jovens diminuirá de 1,4 milhões para 900.000, segundo a mesma fonte. Já o número de idosos deverá aumentar de 2,2 milhões para 2,8 milhões.