A Comissão Europeia reviu em baixo o crescimento económico esperado para este ano para a economia portuguesa em uma décima, de 2,3% para 2,2%, explicando que este abrandamento se deve a fatores temporários como o mau tempo no primeiro trimestre, que afetou a construção e os portos, mas também ao aumento dos preços do petróleo que deve ter impacto sobre o consumo privado. Exportações portuguesas vão continuar a crescer, mas menos devido à conjuntura externa menos favorável.

O início do ano ficou aquém do esperado, com a economia a crescer apenas 2,1% no primeiro trimestre do ano em comparação com o mesmo período do ano passado, com as exportações a crescerem menos que o esperado. Parte deste resultado mais fraco que o esperado deve-se ao mau tempo que terá afetado às atividades ligadas à construção e os portos, fundamentais para as exportações portuguesas.

De acordo com a Comissão Europeia, nas previsões intercalares que divulgou esta quinta-feira, os dados mais recentes apontam para que a economia tenha começado a recuperar já no segundo trimestre deste ano, mas há fatores que irão afetar o desempenho no resto do ano, motivando uma revisão em baixa das previsões de Bruxelas para o crescimento económico este ano.

Entre estes fatores está o aumento dos preços do petróleo, que deverão ter impacto no bolso das famílias e assim moderar o consumo privado, tal como o abrandamento do ritmo de criação de emprego, que tem superado as expetativas (das autoridades portuguesas e internacionais) nos últimos dois anos.

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Bruxelas antecipa também que o investimento na construção recupere da evolução no primeiro trimestre, mas a economia portuguesa deverá sofrer constrangimentos vindos de fora que vão limitar a sua capacidade de crescer ao ritmo que era esperado (2,3% por quase todas as organizações, incluindo o Governo).

De acordo com a Comissão Europeia, mesmo com as elevadas taxas de crescimento esperadas para as exportações e para as importações, a sua contribuição para o crescimento económico será menor que o esperado anteriormente porque a conjuntura externa é menos favorável. Os principais parceiros comerciais da economia portuguesa estão no mercado europeu e estes devem crescer menos.

Zona euro e União Europeia crescem menos 0,2% do PIB

Mesmo com este abrandamento, a economia portuguesa deverá continuar num trajeto de convergência para com a zona euro e com a União Europeia, que a Comissão antecipa que cresçam 2,1% este ano.

Em parte, a manutenção da convergência deve-se a uma revisão em baixa do crescimento tanto na área do euro como na União Europeia, que foi cortado em 0,2 pontos percentuais face à última estimativa, que foi feita em maio.

De acordo com o Executivo europeu, esta revisão também se deve a fatores temporários, mas o agravamento do contexto externo, derivado das tensões comerciais com os Estados Unidos, o maior parceiro comercial da União Europeia como um todo, também estará a afetar a atividade económica na Europa, tal como o aumento dos preços do petróleo.