O PCP entregou ao Parlamento um requerimento para exigir que Mário Centeno seja ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa sobre o impasse na Caixa Geral de Depósitos. Depois de a administração ter denunciado o Acordo de Empresa, os comunistas querem que o Ministro das Finanças explique aos deputados as razões por trás desta “denúncia unilateral”.

“Com esta decisão os trabalhadores perdem um conjunto significativo de direitos conquistados”, pode ler-se na nota.

Além de considerarem que a “denúncia do Acordo de Empresa constitui um ataque aos direitos dos trabalhadores e à contratação coletiva”, os comunistas entendem que esta decisão é reflexo de uma estratégia de obediência “às imposições das instituições europeias”, que, dizem, “visam a destruição da Caixa Geral de Depósitos”.

Os trabalhadores e a administração não têm uma posição comum quanto sobre o Acordo de Empresa. Há várias semanas que os sindicatos têm vindo a terreiro criticar a intransigência da administração. Já na semana passada, recusaram entrar “em manobras de distração” depois de o jornal Público ter noticiado que Bruxelas e o Governo tinham aceitado a existência de pagamento de prémios de mérito e desempenho. Uma medida que se insere na lógica de gestão do banco público segundo as regras do setor privado, uma condição imposta por Bruxelas aquando das negociações da recapitalização da CGD.

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CGD. Bruxelas deu luz verde ao pagamento de prémios de mérito

“O Governo não pode demitir-se das suas responsabilidades no que respeita à CGD, afirmando que não se intromete na gestão deste banco”, exigem os deputados Paula Sá e Miguel Tiago, que assinam em conjunto o requerimento.

Dado que  o banco público se encontra sob a tutela de Mário Centeno, o “Grupo Parlamentar do PCP requer uma audição com o Ministro das Finanças para prestar esclarecimentos sobre as opções políticas do Governo sobre a Caixa Geral de Depósitos”. O diploma foi entregue esta segunda-feira no Parlamento.