O ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar que investigou o roubo de armas em Tancos e que está detido no âmbito da Operação Húbris, major Vasco Brazão, terá colocado no Airbnb para utilização como alojamento local uma casa do Instituto de Ação Social das Forças Armadas (IASFA) que estava arrendada ao seu filho, noticia a TSF.

A estação de rádio cita um documento do Ministério da Defesa no qual é referido que “o Instituto de Ação Social das Forças Armadas recebeu uma denúncia de que um fogo habitacional arrendado ao Senhor Vasco de Almeida Esteves Cavaleiro Brazão (filho do Major Vasco Cavaleiro Cunha Brazão), para habitação própria, na Ajuda, estava a ser utilizado para alojamento local, com violação da finalidade constante do respetivo contrato”.

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Segundo o documento citado pela TSF, o apartamento foi visitado por técnicos do Ministério da Defesa, depois de o gabinete do ministro Azeredo Lopes ter recebido uma denúncia apresentada por um inquilino do prédio, e que o filho de Vasco Brazão se mostrou “surpreendido”. A investigação, pedida pelo ministro, concluiu que o apartamento estava registado no Airbnb.

O militar explicou depois que o filho “não estava a par da situação” nem habitava no apartamento. Como resultado, o filho do ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar acabou por acabar com o contrato de arrendamento e por se comprometer a entregar o apartamento às Forças Armadas no final de outubro. O IASFA está a avaliar se vai ou não pedir uma indemnização a Vasco Brazão pelo arrendamento ilegal daquele apartamento, propriedade do Estado, explica ainda a TSF.

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Recorde-se que Vasco Brazão foi detido na semana passada, após regressar de uma missão na República Centro-Africana, no âmbito da Operação Húbris, na qual a Polícia Judiciária está a investigar o alegado envolvimento de elementos da Polícia Judiciária Militar na encenação do reaparecimento das armas roubadas no ano passado em Tancos e no encobrimento da identidade dos assaltantes. Brazão foi o chefe da equipa da PJM que investigou o caso.