As histórias de objetos estranhos avistados nos céus não são raras, mas desta vez foi a Autoridade de Aviação Irlandesa (AAI) a iniciar uma investigação, depois de vários pilotos relatarem terem avistado, na sexta-feira passada, pontos luminosos a movimentarem-se a alta velocidade na costa sudoeste da Irlanda.

O primeiro relato veio de um piloto da British Airways, que se dirigia da cidade de Montreal, no Canadá, para Heathrow quando entrou em contacto com a torre de controlo aéreo de Shannon, na Irlanda, para dizer que tinha visto “pontos luminosos” a deslocarem-se “em alta velocidade”. Segundo a BBC, o piloto perguntou se estaria a ser feito algum tipo de exercício militar na área, mas o controlador negou. De seguida, explicou que o objeto não identificado tinha subido pelo lado esquerdo do avião antes de “desviar rapidamente para norte”.

São pontos luminosos que se deslocam rapidamente para norte, em alta velocidade. Podem mesmo estar em rota de colisão e não sabemos o que poderá ser”, ouve-se a comunicação do piloto da British Airways para torre de controlo aéreo na Irlanda.

De seguida, outro piloto de um avião da Virgin também entrou em contacto com o controlador aéreo para dar conta de “múltiplos objetos que seguem a mesma trajetória”, sugerindo que poderia tratar-se de um meteorito ou de um objeto que entrava novamente na atmosfera terrestre. A história foi semelhante: o piloto viu “duas luzes brilhantes” à direita, que subiram numa velocidade “astronómica, como Mach 2”, que é o dobro da velocidade do som.

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No entanto, a BBC falou com um astrónomo do Observatório de Armagh, que explicou que os pilotos provavelmente viram um pedaço de poeira entrar na atmosfera a uma velocidade muito alta. “O mais provável é que sejam as chamadas estrelas cadentes”, disse, acrescentando que “parece que o objeto era extremamente brilhante, por isso deve ter sido um grande pedaço de material”, algo que, segundo o investigador, é comum ser avistado no mês de novembro.

Parece também que havia pedaços a sair do objeto e a voar pelo avião, e isso é algo que se espera se for uma rocha particularmente grande vinda do espaço que atinge a atmosfera: ela tende a fragmentar-se”, explicou ainda.

Num comunicado, a Autoridade de Aviação Irlandesa disse que, após os relatórios recebidos de “atividade aérea incomum”, foi iniciada uma investigação que vai seguir “o processo normal para ocorrências confidenciais”.