Seguindo as boas práticas da Porsche, Lamborghini e em breve da Ferrari, a Aston Martin prepara-se para lançar o seu primeiro SUV. Não que os ingleses morram de amores pelo conceito, mas porque é cada vez mais óbvio que, entre as marcas de luxo, especialmente as de cariz mais desportivo, não há outra forma de incrementar significativamente a produção de veículos e, com ela, a rentabilidade.

Depois de muitos pensarem que o TT da Aston Martin se chamaria Varekai, um pouco na linha de nomes estranhos iniciados com o superdesportivo Valkyrie, sabe-se agora que o modelo que se vai sentir tão à vontade no asfalto como na terra irá apenas ser conhecido como DBX.

Contudo, e como afirmou Marek Reichman, vice-presidente e chefe de design no construtor inglês, “não será um Audi Q7 com cara de Bentley, nem um Volkswagen com cara de Porsche”, reforçando a ideia de que o novo SUV foi concebido com total liberdade criativa e sem limitações impostas por outros veículos.

Uma vez que o DBX já está em adiantado estágio de desenvolvimento, a marca achou por bem revelar fotografias e vídeo do modelo ainda camuflado, mas não de modo a impedir que se tenha uma ideia concreta das formas da sua carroçaria. Ainda que possua uma altura ao solo generosa, o DBX parece mais baixo do que o normal nesta classe de veículos, com o pilar traseiro mais inclinado em busca do conceito de coupé, reforçando-lhe o ar desportivo. A grelha, como não podia deixar de ser, é a típica do construtor, mesmo neste que irá ser o modelo mais espaçoso.

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Os potenciais clientes poderão contar com suspensões de dureza e altura reguláveis, para que o DBX possa evoluir à vontade em pisos mais degradados e com pedras soltas, mas que depois não limite a sua aptidão para rodar depressa em asfalto, aí já com uma menor altura ao solo para optimizar o centro de gravidade. As mecânicas serão todas a gasolina, com o V12 a locomover a versão mais sofisticada e o V8 sobrealimentado, adquirido à Mercedes-AMG, a ficar ao serviço do “baixo de gama”.

Mas talvez o pormenor mais curioso, evidente especialmente através do vídeo, seja o comportamento revelado pelo DBX. Num piso típico das florestas inglesas, em terra escorregadia, por estar molhada e com pedras soltas, o Aston Martin não parece arrastar a frente, como é típico dos SUV com tracção às quatro rodas – excepção feita para o Lamborghini –, para depois se atravessar ligeiramente sob aceleração, mais parecendo um carro de ralis. Ou seja, além de conseguir lidar sem problemas com pisos de terra, o DBX vai ainda ser muito divertido de conduzir. O Urus vai ter um rival à altura.