O Governo cedeu nos últimos braços-de-ferro e decidiu voltar a negociar com enfermeiros e professores. Para se aproximar das reivindicações destes dois setores o executivo terá, à partida, de aumentar a despesa. Mas o ministro das Finanças já fez, em declarações ao Expresso, um pré-aviso que pode inquinar as negociações: “Não há margem nenhuma para acomodar novos aumentos de despesa.” Mário Centeno não admite mexer no objetivo que definiu para o défice para 2019 (0,2%) e reitera que “a meta do défice é para manter.”

Além da ambiciosa meta do défice, como lembra o semanário, há um desaceleramento da economia europeia, o PIB português cresceu abaixo do previsto em 2018 e ainda há a possibilidade de o governo voltar a ter de injetar mais dinheiro (mil milhões) no Novo Banco.

Por um lado, António Costa tem Bruxelas e Mário Centeno a exigir rigor nas contas, por outro tem vários setores da função pública a exigir todo o tipo de reivindicações que envolvem mais despesa e que iriam desequilibrar as contas do Ministério das Finanças. Pelo meio de tudo isto ainda há Marcelo, que nas últimas semanas terá, segundo disse ao Expresso fonte da Presidência, pressionado António Costa a voltar à mesa de negociações com enfermeiros e professores.

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