O hospital de campanha do INEM recebeu a certificação da Organização Mundial de Saúde, passando a poder integrar missões humanitárias de resposta em acidentes graves ou catástrofes a nível internacional.

O processo de certificação estendeu-se por vários meses mas foi esta quinta-feira concluído e formalizado em Lisboa, com a presença de peritos da Organização Mundial de Saúde (OMS), entre eles o médico português Nelson Olim.

“É um passo gigante que o INEM [Instituto Nacional de Emergência Médica] deu neste momento, de ter a sua estrutura médica de emergência em linha com o que são os novos ‘standards’ internacionais pela OMS”, afirmou Nelson Olim à agência Lusa.

Segundo o perito da OMS, o INEM passa a fazer parte de “um grupo muito restrito” de 23 equipas a nível internacional que passam a ter esta certificação dos seus módulos de emergência médica, vulgarmente designados como hospitais de campanha.

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Esta certificação permite que, uma vez no terreno, as equipas estejam mais coordenadas, possam partilhar recursos, organizar-se e “prestar uma assistência muito mais eficaz”.

Com este programa de certificação, a OMS pretende que as equipas de emergência, quando vão para o terreno, “não se tornem elas próprias um peso”.

“Até aqui, muita da resposta internacional era feita de uma forma um pouco ‘ad hoc’ com equipas que se constituíam em resposta à emergência e as pessoas mandavam aquilo que tinham”, explica Nelson Olim.

A partir de agora, estas equipas e equipamentos certificados, como o do INEM, passam a ter de ser autossustentáveis quando vão para o terreno, tendo de garantir a própria alimentação, consumíveis, medicamentos e tudo o mais que seja necessário.

O hospital de campanha português está previsto para ter 27 profissionais que garantam o seu funcionamento durante 14 dias, como explicou à Lusa o presidente do INEM, Luís Meira.

O responsável do INEM afirma que o benefício desta certificação para Portugal não se esgota apenas em poder auxiliar em catástrofes noutros países.

“Se acontecer algo em Portugal que requeria algum tipo de assistência internacional, a linguagem será comum e podemos integrar as equipas de uma maneira quase imediata, com o mesmo modo de funcionamento e os diferentes níveis de capacidade estarão bem definidos”, adiantou.

Assim, para o INEM, esta certificação vai permitir também melhorar a resposta em território nacional a acidentes graves ou catástrofes.