Arno Victor Dorian é apenas uma personagem de ficção de um videojogo, mas é provável que conheça a Catedral de Notre Dame como ninguém. Tal como explica a publicação tecnológica The Verge, o protagonista deste jogo nasceu em 1768, mas foi em 2014 que ficou conhecido através do jogo “Assassin’s Creed Unity”, onde, entre outros edifícios de uma Paris iluminista, explora o monumento gótico de fio a pavio.

Desde então, milhões de pessoas acompanharam as aventuras virtuais de Arno Victor Dorian, o assassino que durante o século XVIII, em plena Revolução Francesa, conheceu pormenorizadamente Paris e que agora pode ser utilizada para o processo de reconstrução da Catedral de Notre Dame, que ardeu na passada segunda-feira.

Caroline Miousse, designer gráfica da empresa responsável pelo jogo, a Ubisoft, explicou que, para produzir o Assassin’s Creed, a empresa passou dois anos a estudar o edifício até ao mais ínfimo detalhe. Tudo para que o jogo ficasse fiel à realidade, à semelhança de outros título da série que passaram por cidades como Florença, Istambul ou Boston em vários períodos históricos. Ou seja, a informação sobre a arquitetura e pormenor da Catedral de Notre Dame está toda registada, digitalmente, neste videojogo.

Segundo o Business Insider, ainda não é sabido se o trabalho feito para reconstruir digitalmente a Notre Dame neste videojogo vai ser utilizado para a reconstrução deste monumento.

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Para ajudar o monumento, a Ubisoft já prometeu que vai doar meio milhão de euros para a reconstrução deste. Além disso, durante esta semana a empresa de videojogos francesa está a disponibilizar gratuitamente aos utilizadores uma cópia digital do jogo para computador através da loja virtual da produtora.

Segunda-feira, depois do incêndio que devastou parte do monumento, o presidente Emmanuel Macron disse: “Juntos vamos reconstruir a Catedral”. Na quarta-feira, o primeiro-ministro francês anunciou um concurso internacional de arquitetura para a reconstrução do pináculo da catedral de Notre Dame.

Édouard Philippe, citado pelo The Guardian, explicou que o objetivo é “dar à catedral um novo pináculo adaptado às técnicas e desafios dos tempos”. Ainda não se conhece, no entanto, o montante total que irá exigir a recuperação do monumento com 856 anos de história. Sabe-se que o Governo francês já conseguiu angariar cerca de 880 milhões de euros com esse objetivo.