O Wolverhampton chegava a este sábado depois de ter conquistado uma vitória histórica e inédita contra o Arsenal a meio da semana mas a noção de que enfrentava agora a equipa que provocou a maior desilusão da temporada à armada portuguesa da Premier League. O Watford, que na época passada foi treinado pelo português Marco Silva, eliminou o Wolves no prolongamento da meia-final da Taça de Inglaterra e evitou a passagem de Nuno Espírito Santo e companhia à final de Wembley (já depois de ter vencido no Molineux na primeira volta).

Tudo isto é Wolves, tudo isto é fado. Wolverhampton vence Arsenal com dois golos portugueses

Mais do que isso, o Wolverhampton encontrava um adversário direto nas contas da Premier League e uma vitória poderia significar o assegurar quase definitivo do sétimo lugar, logo depois dos big six ingleses, numa altura em que restam apenas duas jornadas para disputar. Sem qualquer alteração no onze face à equipa que venceu o Arsenal a meio da semana, Nuno Espírito Santo procurava então a primeira vitória da temporada contra um Watford desprovido de Troy Deeney, capitão e principal figura, que cumpria castigo.

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Depois de uma primeira parte algo amarrada, o Wolves acabou por conseguir chegar à vantagem a cinco minutos do intervalo, através daquela que é já a dupla mais frutífera da Premier League: cruzamento de Diogo Jota na esquerda, Raúl Jiménez na grande área a cabecear para o golo. 13.º golo na Liga inglesa para o avançado ex-Benfica, que se tornou não só o mexicano com mais golos numa só temporada da Premier League (empatado com Chicharito), como também o jogador da história do Wolverhampton com mais golos numa só época no principal escalão do futebol inglês, superando os 12 apontados por Steven Fletcher em 2011/12.

No regresso para a segunda parte, o Watford conseguiu empatar logo nos instantes iniciais, através de Andre Gray. A equipa de Javi Gracia dominou a primeira metade do segundo tempo, tendo reagido bem à igualdade, mas não conseguiu completar a reviravolta e acabou por voltar a sofrer através daquilo que o Wolves faz melhor: cruzamentos largos e tensos à procura de alguém ao segundo poste. Desta vez, já aos 77 minutos, foi Rúben Neves — que nem sequer realizou uma grande exibição, depois de ter sido importantíssimo contra o Arsenal — a cruzar a partir da direita e Diogo Jota a concretizar no poste mais distante, beneficiando de uma abordagem péssima do guarda-redes Ben Foster ao lance.

O Wolves venceu o Watford pela primeira vez na temporada e deu um passo que pode perfeitamente ser decisivo no que toca ao sétimo lugar da Premier League. E bem pode agradecer à dupla Jiménez/Jota, que entre golos, assistências e influência já é o par de jogadores mais prolífero desta temporada da Premier League.