A jornalista afegã Mina Mangal foi assassinada na manhã deste sábado em Kabul, de acordo com a Al Jazeera. Dois homens terão intercetado Mangal enquanto esta esperava por um carro que a levaria até ao Wolesi Jirga — a câmara baixa do parlamento do Afeganistão — onde é conselheira cultural.
Segundo a Radio Free Europe/Radio Liberty, os atacantes disparam para o ar para fazer dispersar as pessoas no local, antes de balearem repetidamente Mina Mangal. Fugiram do local de mota. A polícia de Kabul ainda não tem suspeitos, nem revela se há motivações terroristas no assassinato, que não foi reivindicado.
A mother who is fasting & crying is demanding justice for her daughter #MinaMangal as she was shoot 9 times by the murderers who the family know. Her mother with tearful voice is asking Gov to give punishment to the killers. ???? pic.twitter.com/Y0pqwciIZP
— Diva Patang (@DivaPatang) May 11, 2019
Mangal trabalhava principalmente temas ligados aos direitos das mulheres, sendo uma notória defensora da educação feminina e uma combatente ativa contra a prática de casamentos forçados — a própria Mina Mangal só este mês se divorciou do homem com quem foi obrigada a casar em 2017.
A jornalista era conhecida por uma carreira de mais de dez anos como apresentadora em canais de televisão locais como a LEMAR TV, Shamshad News e Ariana TV. A Reuters indica que Mangal estaria a receber ameaças de morte há várias semanas.
O assassinato surge enquanto os Estados Unidos da América e os Talibã negoceiam a saída dos norte-americanos do Afeganistão. Os Talibã, que perderam o controlo do país em 2001 para rebeldes apoiados pelos EUA, defendem que não seja permitido a mulheres trabalhar, estudar ou sair de casa sem estarem acompanhadas por um homem responsável.