A jornalista afegã Mina Mangal foi assassinada na manhã deste sábado em Kabul, de acordo com a Al Jazeera. Dois homens terão intercetado Mangal enquanto esta esperava por um carro que a levaria até ao Wolesi Jirga — a câmara baixa do parlamento do Afeganistão — onde é conselheira cultural.

Segundo a Radio Free Europe/Radio Liberty, os atacantes disparam para o ar para fazer dispersar as pessoas no local, antes de balearem repetidamente Mina Mangal. Fugiram do local de mota. A polícia de Kabul ainda não tem suspeitos, nem revela se há motivações terroristas no assassinato, que não foi reivindicado.

Mangal trabalhava principalmente temas ligados aos direitos das mulheres, sendo uma notória defensora da educação feminina e uma combatente ativa contra a prática de casamentos forçados — a própria Mina Mangal só este mês se divorciou do homem com quem foi obrigada a casar em 2017.

A jornalista era conhecida por uma carreira de mais de dez anos como apresentadora em canais de televisão locais como a LEMAR TV, Shamshad News e Ariana TV. A Reuters indica que Mangal estaria a receber ameaças de morte há várias semanas.

O assassinato surge enquanto os Estados Unidos da América e os Talibã negoceiam a saída dos norte-americanos do Afeganistão. Os Talibã, que perderam o controlo do país em 2001 para rebeldes apoiados pelos EUA, defendem que não seja permitido a mulheres trabalhar, estudar ou sair de casa sem estarem acompanhadas por um homem responsável.

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