O CDS subiu esta quinta-feira o tom no caso Joe Berardo, associando o nome de António Costa e José Sócrates a Joe Berardo. Só que o eurodeputado do CDS e cabeça-de-lista, Nuno Melo, atacou Costa com a fundação errada.

“A fundação Berardo foi criada em 2006 e quem subscreve o decreto-lei que cria a fundação é José Sócrates, Teixeira dos Santos e… António Costa”, disse esta quinta-feira, em Beja, Nuno Melo. De facto, António Costa e José Sócrates assinaram o decreto-lei que cria uma fundação, mas é a Fundação Arte Conteporânea – Coleção Berardo, por ocasião do acordo entre o Estado e o comendador para expor as suas obras de arte no Museu Berardo, no Centro Cultural de Belém.

Esta não é a mesma entidade que a Fundação José Berardo (FJB), através da qual o empresário madeirense pediu 350 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos para comprar ações do BCP.

Mas Nuno Melo parece confundir as duas. “O que mais choca neste caso é que uma fundação com fins artísticos e educativos [a Fundação Coleção Berardo] possa ter beneficiado de créditos superiores a 350 milhões de euros para comprar ações num banco” e é “um absurdo” que um banco como a Caixa Geral de Depósitos conceda estes “créditos deste valor para uma luta acionista, especulativa”, afirmou Nuno Melo, dirigente e cabeça de lista do CDS às europeias.

Se, durante a campanha, Nuno Melo tinha associado o chefe do Governo a José Sócrates, ex-primeiro-ministro, desta vez associou António Costa a Joe Berardo.

O decreto-lei de 2006 que cria a Fundação Arte Contemporânea – Coleção Berardo [que sim, tem fins artísticos e educativos] vem subscrito por vários ministros da época: “Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 1 de Junho de 2006. — José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa [primeiro-ministro] — António Luís Santos Costa [ministro de Estado e das Finanças]— Fernando Teixeira dos Santos [ministro de Estado e das Finanças]— Alberto Bernardes Costa [ministro da Justiça]— Maria Isabel da Silva Pires de Lima [ministra da Cultura].

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