Um avião de combate a incêndios amarou esta quarta-feira no rio Zêzere. O acidente ocorreu na zona de Trizio, concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco. O piloto, de 49 anos, sobreviveu e foi assistido em terra, confirmou o Observador junto de fonte oficial do CDOS. O avião afundou e as autoridades já removeram o aparelho do fundo do Zêzere. O fogo para o qual o avião se dirigia já está em fase de resolução.

O piloto está consciente e orientado, confirmou a mesma fonte. Foi assistido por equipas pré-hospitalares e dispensou tratamento hospitalar. O alerta foi dado pelo piloto de um outro avião que seguia ao lado deste aparelho.

As causas do acidente são ainda desconhecidas. O piloto optou por fazer uma amaragem no rio para evitar um acidente mais grave. O avião está preparado para este tipo de cenário, uma vez que tem flutuadores.

“O alerta foi dado às 16h46, tendo sido acionados os meios de socorro, onde se incluiu um avião de reconhecimento e um helicóptero de reconhecimento, avaliação e coordenação ao serviço da ANEPC que de imediato reconheceram o local por forma identificar a localização do acidente”, refere o comunicado oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). A mesma fonte refere que apenas se registaram danos materiais no avião anfíbio médio FireBoss.

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O presidente da Câmara Municipal de Ferreira de Zêzere, Jacinto Lopes, explicou em declarações à Rádio Observador que o acidente ocorreu numa manobra de reabastecimento — num local definido para o efeito — e que “algo correu menos bem”. O autarca diz que “o piloto foi visto a nadar para a margem mas próxima” da barragem.

As autoridades já recuperaram o avião. A ANEPC salienta que as causas do acidente serão apuradas pelas “entidades com competência em matéria de investigação de acidentes com aeronaves”.

Para o local, de acordo com o CDOS, foram mobilizadas as corporações de bombeiros de Ferreira do Zêzere e Cernache do Bonjardim (concelho de Sertã, distrito de Castelo Branco), com sete veículos, um bote e 17 operacionais.

O avião estava estacionado em Ponte de Sor, distrito de Portalegre, e dirigia-se para o combate a um incêndio rural em Pombal, no distrito de Leiria.

Incêndio já está em fase de resolução

O incêndio em Pombal esteve a ser combatido durante a tarde desta quarta-feira por 237 bombeiros, 68 meios terrestres e sete meios aéreos. Está agora em fase de resolução, disse o comandante dos bombeiros voluntários, Neves Marques.

“Neste momento, o incêndio está em fase de resolução. Estamos com o perímetro em fase de consolidação, com meios colocados em todo o perímetro do incêndio e dentro de alguns minutos acreditamos que teremos isto em fase de conclusão e rescaldo”, afirmou Neves Marques, pelas 19h30, durante um ponto da situação aos jornalistas.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Ansião admitiu que numa fase inicial houve alguma preocupação, uma vez que o incêndio deflagrou numa zona “de floresta muito densa”, as condições meteorológicas “não foram muito favoráveis, com um vento intenso logo no início, por volta das 15h52” e “foi necessário injetar uma quantidade de meios no início para tentar debelar o incêndio”.

Neves Marques garantiu que o acidente do avião “não pôs em causa aquilo que foram as operações de combate” e o aparelho “foi rapidamente substituído”. “Tudo o que estava destinado aos meios aéreos funcionou em pleno”, sublinhou, ao explicar que o incêndio foi detetado através da videovigilância instalada no Comando Distrital de Operações de Socorro de Leiria e nos postos de vigia.

“Aquilo que se visualiza não é muito exato. Visualiza-se uma coluna de fumo e a sua evolução. Estamos no Rebolo, na freguesia de Abiúl, no concelho de Pombal, e o incêndio deflagrou depois do rio [Nabão] já na Bairrada, freguesia de Pousaflores, no concelho de Ansião. Só à chegada é que se verificou”, explicou o comandante, relativamente à indicação inicial de que o incêndio decorria no concelho de Pombal. A distância entre o local da ignição e as habitações não é muito grande em linha reta.

Neves Marques salientou que a preocupação “são sempre as pessoas e os seus haveres, neste caso as habitações”, por isso os meios foram imediatamente colocados para proteção das “habitações de três lugares que estiveram na frente de fogo, mas com algum distanciamento”. “Nunca houve perigo para nenhuma habitação”, garantiu.

Neves Marques informou ainda que o dispositivo atual vai manter-se “até que se efetuem as manobras de rescaldo”. “Só será diminuído quando entrarmos em fase de vigilância, quando ficará com meios desta zona operacional ou do distrito de Leiria”, explicou.

Artigo atualizado às 20h45 com o comunicado oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e com a informação de que o incêndio já está em fase de resolução