Quem viu as primeiras duas temporadas da “A Casa de Papel” está habituado aos cenários escuros e sombrios tão típicos da garagem do Professor ou das tendas de emergência montadas pela polícia espanhola. Se vai assistir à terceira temporada não vai precisar de ajustar o contraste dos ecrãs, pelo menos não nos tons escuros. Tailândia, Panamá e Guna Yala, um pequeno arquipélago na costa leste do Panamá, formado por mais de 300 ilhas, 49 das quais habitadas pelo povo indígena Guna, foram alguns dos países escolhidos pela produção da série para rodar as cenas exteriores da terceira temporada. Não é difícil imaginar a diferença entre os planos da garagem do professor e as imagens de águas azuis e coqueiros.
Em entrevista ao El Español, o criador da série Álex Pina, conta que a decisão de gravar em Guna Yala ficou dependente de um “conselho de sábios reunido numa cabana de palha”. Foi em Guna Yala que se gravaram as imagens do retiro de Tokio e Río.
Algumas das imagens das ilhas onde foram gravadas as cenas surgem, inclusivamente, num dos trailers da terceira temporada já divulgados.
Mas não só de ilhas se fará esta terceira temporada. Reino Unido, Itália e — como não podia deixar de ser — Espanha, são mais três países palco da série. Mas as novidades não se ficam pelos cenários. A cronologia da série também será diferente. Tem bem presente o relato feito por Tokio ao longo dos episódios? Esqueça. Na terceira temporada vão correr cinco tempos em simultâneo e caberá ao espetador fazer o puzzle na cabeça para encaixar todos os momentos na ordem correta. Será desafiado a ser uma espécie de Professor, atento a tudo, a todo o momento.
Na entrevista ao jornal espanhol, os atores relatam alguns momentos desafiantes pelos quais passaram devido à notoriedade que a série atingiu um pouco por todo o mundo. Recordam fugas de locais onde tinham estado a gravar em carrinhas pouco suspeitas, porque de outra forma seria difícil sair com as solicitações para autógrafos e selfies; recordam as idas ao ginásio dos quais passaram de demorar 10 minutos a sair para demorar mais de 25, com fotografias pelo caminho; e Úrsula Corberó lembra ainda a ideia “triste” que teve de passar férias na Grécia onde achava ser anónima.
“Foi a pior decisão da minha vida. Acho que a Grécia é o local onde mais me conhecem no mundo”, confidenciou a atriz que dá vida a Tokio na série.
Miguel Herrán, Rio o par romântico de Tokio na série, partilhou que no que diz respeito a viajar ao estrangeiro há que ser paciente. “Se és uma pessoa que se chateia com facilidade não podes ir a lado nenhum, estás tramado”.
Apesar das dificuldades e desafio da fama, os atores afirmam estar a viver “um sonho do qual não querem acordar”.