A eliminação após desempate nas grandes penalidades frente ao Athl. Paranaense foi um revés no arranque, o empate fora com o Corinthians um mal menor no caminho mas o trajeto de Jorge Jesus estava a ser globalmente positivo até à última jornada do Campeonato, quando a equipa caiu com estrondo frente a um Bahia que não ganhava nem marcava há alguns jogos até chegar ao intervalo da receção ao Flamengo já a vencer por 3-0 (resultado com que terminaria o encontro). A forma como a equipa reagiria a esse desaire acabava por ser a grande curiosidade no jogo do conjunto carioca com o Grémio. E foi mesmo esse o segredo.

Num Maracanã com mais de 50 mil espetadores, e já depois de se saber que o líder Santos tinha perdido frente ao São Paulo por 3-2, o Flamengo conseguiu regressar aos triunfos (3-1) diante de um conjunto de Porto Alegre com muitas alterações em relação à habitual equipa tendo em vista as meias-finais da Taça do Brasil. De Arrascaeta, uruguaio que tinha feito um hat-trick na estreia de Jesus no Campeonato com o Goiás (6-1), foi o grande protagonista da equipa em termos ofensivos e apontou o 2-1 no arranque da segunda parte que mudou o encontro mas a principal figura acabou por ser o médio Willian Arão, que no primeiro jogo particular frente ao Madureira tinha levado um “puxão de orelhas” do português e que esta noite inaugurou o marcador (37′) antes de Rafael Galhardo empatar de penálti (45+6′). Everton Ribeiro fechou as contas (90+2′).

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Durante o jogo, o estilo de Jorge Jesus na área técnica voltou a dar nas vistas, sobretudo num momento no final da primeira parte quando o Flamengo vencia por 1-0 que rapidamente começou a circular nas redes sociais e onde o antigo treinador de Benfica e Sporting se irritou com o posicionamento em campo de um dos seus jogadores. Quase no fim, o aceno do técnico para as claques cariocas também fez furor, numa altura em que ouviam “olés” no Maracanã pelo triunfo garantido, o terceiro em três jogos em casa para o Campeonato com um total de 12 golos apontados e apenas quatro sofridos.

“Os números justificam essa parte atacante, fizemos 12 golos no Maracanã. Isso mostra a nossa forma de ser ofensiva, somos muito criativos e temos muito poder. Mas Temos que melhorar a componente defensiva. Hoje entrei com um sistema diferente. Já tinha dito que tínhamos um plano B, se o A não entrasse. A equipa começou a perder organização no meio, o Luan teve muita liberdade, mudei tudo e resultou. Este grupo é especial. Nunca tive a oportunidade de ver uma equipa tão unida e isso é por causa do Abel Braga [antigo treinador], que escolheu esse grupo. Preocupam-se uns com os outros, é fantástico”, comentou no final do encontro, antes de falar de Willian Arão, do reforço Gerson e também de… Mario Balotelli.

“O Arão é muito competitivo, joga 90 minutos com muita intensidade. Tecnicamente rende mais jogando de frente. Como não posso contar com o Diego, que é o nosso pensador do jogo, tive de olhar para o Arão e para outros jogadores de forma diferente. O Gerson não percebo como deixaram voltar de Itália. Não é novidade para mim, é um grande jogador, o nosso joker. Taticamente é muito evoluído, tem muita influência seja onde for. Balotelli? Não vou falar muito do Balotelli, não é jogador do Flamengo. Pedi um avançado, ainda não chegou nenhum e está cada vez mais difícil. O Balotelli conheço bem, não tenho dúvidas sobre o valor dele. Mas pelo que sei não há nada que justifique estar a sonhar com ele”, assumiu.