A autobiografia de Edward Snowden, “Vigilância Massiva, Registo Permanente”, chegou esta terça-feira às livrarias de mais de 20 países. Ainda longe de completar 24 horas nas prateleiras, é notícia que o governo norte-americano vai processar o seu autor: o departamento de Justiça dos EUA entrou com uma ação esta terça-feira contra o ex-colaborador da CIA (Central Intelligence Agency) e da NSA (National Security Agency), alegando que o livro assinado por Snowden viola acordos de confidencialidade que ele mesmo assinou com as duas agências de informação.

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No processo judicial argumenta-se que Snowden, hoje com 36 anos e a viver exilado em Moscovo, na Rússia, violou estes acordos ao publicar o livro sem que este fosse previamente revisto pelas duas agências para as quais trabalhou enquanto consultor, conselheiro, analista, administrador e engenheiro de sistemas informáticos. Outro argumento remete para os discursos públicos protagonizados por Snowden, sobre espionagem, que também violam os acordos já citados.

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O departamento de Justiça não procura impedir a distribuição do livro “Vigilância Massiva, Registo Permanente” — cuja pré-publicação de alguns excertos encontra-se disponível no Observador –, mas reclama que todos os lucros a ele associados revertam a favor do governo norte-americano. “As informações de inteligência deviam proteger a nossa nação, não providenciar lucro pessoal”, disse G. Zachary Terwilliger, procurador pelo distrito leste da Virgínia, onde o processo vai decorrer, citado pelo USA Today.

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A 9 de junho de 2013, a partir de um quarto de hotel em Hong Kong, Snowden apresentou-se ao mundo como fonte de notícias que então abalavam a administração Obama. O analista publicou nesse mesmo ano documentos confidenciais sobre o programa de vigilância dos EUA e foi acusado de espionagem.