Kevin Burns, que nos últimos anos tem dado a cara pelo maior fabricante de cigarros eletrónicos dos Estados Unidos, Juul, vai deixar o cargo de diretor executivo e vai ser substituído por K.C. Crosthwaite vice-presidente sénior de estratégia e crescimento da Altria, a empresa que produz o Marlboro e que detém parte da marca, avança o The New York Times.

A dias de entrar no mercado português, a Juul tem sido alvo de várias críticas. Nos Estados Unidos, Trump está a “finalizar legislação que vai retirar do mercado cigarros eletrónicos com sabores” na sequência do aumento do número de menores que, embora não fumasse cigarros tradicionais, começou a usar os cigarros eletrónicos. Um pacote legislativo que não assusta a Juul Labs, como disse a própria no comunicado que enviou a dar conta nesta mudança na direção da empresa.

Em julho de 2017, Kevin Burns pediu “desculpa” pelo fenómeno que os cigarros eletrónicos estavam a gerar. Questionado sobre o que diria aos pais de um adolescente viciado nos produtos da empresa, Kevin Burns respondeu: “Não é para eles. Espero que não tenhamos feito nada que os torne atraentes. Como pai de um jovem de 16 anos, sinto muito por eles e tenho empatia pelos desafios que estão a enfrentar”.

Ano e meio depois, em julho de 2019,  James Monsees, co-fundador da JUUL Labs e líder da equipa de desenvolvimento de produtos, era chamado para ser ouvido por um comité para apurar “o papel da JUUL na epidemia de nicotina entre jovens”. O problema adensou-se ainda mais em agosto deste ano, quando uma pessoa morreu após ter usados cigarros eletrónicos com sabores e outras 200 ficarem doentes por causa do mesmo produto. Desde então, o número de vítimas mortais subiu para seis. E o número de doentes já se aproxima dos 500.

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