Durante o jogo, sobretudo na segunda parte, Sérgio Conceição foi pedindo sempre com os indicadores “cabeça” aos jogadores do FC Porto. Nos minutos finais, perante as oportunidades desperdiçadas por Soares de cabeça na área, levou as mãos à cabeça. Após o último apito de Jorge Sousa, não conseguiu disfarçar a cabeça quente e, de camisa e mangas arregaçadas, foi ao centro do relvado protestar com Jorge Sousa perante alguns aspetos da arbitragem do portuense que não gostou – e com isso acabou por ver mesmo o cartão amarelo.

Pés frios, coração – e cabeça – quente e as costas largas de Pepe (a crónica do Marítimo-FC Porto)

“O que faltou? Faltou fazer golos nas oportunidades que tivemos, porque tivemos oportunidades suficientes para ganhar por mais do que a diferença mínima. Agora isto não foi um jogo, foi mais luta do que jogo. Ainda querem que as equipas joguem bem… É inadmissível o estado do relvado hoje, completamente encharcado, os jogadores não se aguentavam em pé. É inadmissível… Como é que é possível fazer um jogo da Liga aqui 48 horas antes, nem isso. Na Madeira está há três ou quatro dias bom tempo, com 27 graus”, começou por comentar o técnico portista na zona de entrevistas rápidas, antes de entrar mais no capítulo da arbitragem.

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“A forma como procurámos o golo e como o nosso adversário tentou, não em jogo jogado, levar o seu pontinho… A minha equipa teve mais amarelos e o árbitro foi conivente, nós temos mais amarelos que o adversário. Levámos dois amarelos na primeira parte e o adversário fez seis faltas a seguir sem nada. Parece-me que querem ser mais papistas que o Papa, parece-me… Sobre o jogo em si, não houve história: tentámos de tudo, por dentro, por fora, de tudo para ganhar o jogo mas não foi possível. Foi um espetáculo muito pobre”, lamentou.

“Amarelo? Foi aquilo que lhe disse a si. Liderança? Nós precisamos dos adeptos connosco, ninguém ganha o Campeonato fácil com o cigarro na boca, não ganhámos o Campeonato depois do Famalicão nem perdemos agora. Precisamos de todos juntos, senão vai ser extremamente difícil”, concluiu na flash interview.

Na conferência de imprensa, depois de um encontro que quebrou a série de três jogos sempre perder na presente temporada após começar atrás no resultado mas que confirmou a tendência de não ganhar na Madeira com os insulares a marcarem o primeiro golo, Sérgio Conceição voltou a falar do relvado e da arbitragem, elogiando a entrega e dedicação dos jogadores antes de “explodir” com aquilo que poderia acontecer… nas redes sociais.

“Podíamos ter saído para o intervalo com outro resultado que não perder, no segundo tempo continuou com o espetáculo… As equipas adversárias podem fazer o que quiserem para perder tempo, o árbitro tem é de dar o que é justo. São seis minutos, são seis minutos; são oito, são oito; são 15, tem que dar 15. Isto além da quebra que é para a equipa”, salientou, antes de voltar a apelar à união dos adeptos azuis e brancos e proferir a frase “forte” da noite: “Ganhar todos queremos ganhar. Não houve a competência para meter a bola lá dentro mas isso é trabalho, agora o empenho e a dedicação, isso houve. Todos juntos somos fortes. Agora vão para as redes sociais insultarem-me mas estou-me a marimbar para isso, estou-me a cagar para isso, digo mesmo”.