Alfred Chestnut, Andrew Stewart e Ransom Watkins foram libertados depois de terem sido acusados pelo homicídio de um rapaz há 36 anos. Estavam condenados a prisão perpétua.

Os três homens foram libertados depois de um juiz do estado de Maryland, onde estavam detidos, os ter ilibado face a novas provas desenterradas por um dos condenados. Na altura o crime recebeu grande cobertura mediática por ter sido o primeiro assassinato a tiro de um aluno numa escola pública nos Estados Unidos.

Os três homens passaram 36 anos na cadeia pela morte de DeWitt Ducket, que tinha 14 anos na altura, baleado no pescoço por um casaco. Os dados agora revelados mostram que a polícia coagiu na altura quatro testemunhas a testemunhar contra os adolescentes. “Estes três homens foram condenados em criança por negligência de polícias e procuradores”, disse Marilyn Mosby, do Ministério Público de Maryland, quando os três homens foram libertados, citada pela BBC.

Os três jovens foram vítimas da pressão exercida sobre a polícia para obter resultados rápidos, é o que diz à Associated Press Shawn Armbrust, diretora-executiva do Mid-Atlantic Innocence Project, um projeto que se dedica a rever casos fechado à procura de justiça. “Toda a gente envolvida neste caso — funcionários da escola, polícia, procuradores, jurados, os media, a comunidade — apressou-se a fazer julgamentos e deixou que a sua visão de túnel obscurecesse problemas óbvios com as provas”.

Foi por Alfred Chestnut que o grupo de amigos viu feita justiça, depois do recluso ter solicitado acesso a ficheiros arquivados. A polícia terá ignorado e escondido na altura provas concretas que ilibavam os três rapazes como as testemunhas que relataram terem visto um outro rapaz mais velho a fugir da cena do crime e a desfazer-se de uma arma, e que não terão conseguido identificar nenhum dos três rapazes como o suspeito em questão.

“Sentei-me e chorei. Não sabia como parar de chorar, até que um amigo veio até mim, abraçou-me e disse: a tua viagem está a chegar ao fim”, disse Andrew Stewart referindo-se ao momento em que soube que ia ser libertado. O outro suspeito envolvido no caso morreu entretanto, em 2002.

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