A 30 de julho de 2016, três meses antes das eleições presidenciais norte-americanas, o New York Post fazia capa com fotografias recuperadas de uma Melania Trump de 25 anos nua. As fotos correspondem a uma sessão fotográfica realizada em 1996, em Nova Iorque, e foram publicadas um ano depois numa já extinta revista francesa. Tanto tempo depois, uma nova biografia da primeira-dama norte-americana alega que Melania desconfia que foi Roger Stone, um dos principais estrategas da campanha de Trump, o responsável pela divulgação das imagens.

Jornal americano recupera fotos de Melania Trump nua

O livro “Free, Melania: The Unauthorised Biography”, escrito por Kate Bennett, correspondente da CNN, é publicado esta terça-feira. Mas antes de estar disponível para compra, o The Guardian teve acesso às suas páginas, onde se lê que, ao mesmo tempo que Melania desconfia da participação de Roger Stone na divulgação das já referidas fotografias, a primeira-dama “recusa-se a acreditar” que o marido tenha estado envolvido. No livro, Kate Bennet também escreve que o Presidente norte-americano e a mulher dormem em quartos separados na Casa Branca, uma informação que, na na verdade, já antes foi avançada por Michael Wolff no livro “Fogo e Fúria — Por Dentro da Casa Branca de Trump”.

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No livro, Kate Bennett escreve que a primeira-dama não comenta o que pensa sobre como as fotografias chegaram ao tabloide em questão, mas “amigos dizem que ela continua a recusar acreditar que Trump faria isso. Enquanto a Stone, ela já não tem tanta certeza”. Segundo Bennett, a divulgação das fotografias deixou Melania “humilhada, vencida, envergonhada e com receio pelo filho”.

Quando em 2016 as fotografias de Melania nua fizeram manchetes, Trump desvalorizou o sucedido, afirmando ao New York Post que as fotos tinham sido tiradas antes de Trump ter conhecido Melania — o que só aconteceria em 1998 –, numa altura em que a mulher “era uma das mais bem-sucedidas modelos e fazia muitas sessões fotográficas, incluindo capas para grandes revistas”. “Na Europa”, afirmou ainda Trump, “fotografias como estas estão muito na moda e são comuns”.

À data do sucedido, Roger Stone já não tinha um papel formal na campanha de Donald Trump, cargo que abandonou em agosto de 2015. Ainda assim, assegura o The Guardian, os dois permaneceram próximos. “A teoria é que Trump estava a tentar impedir uma má semana da campanha”, escreve Bennett no livro consultado pelo The Guardian. Esta alegação junta-se o facto de Stone ter sido considerado culpado, a 15 de novembro, de mentir ao Congresso e, assim, obstruir a investigação à alegada interferência da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. Em causa estão sete crimes: obstrução à justiça, condicionamento de testemunhas e cinco de prestação de falso depoimento.

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Em comunicado da Casa Branca enviado por email ao The Guardian lê-se que Melania Trump está “surpreendida” com os relatos de Kate Bennett. “O nosso gabinete trabalhou com boa fé com Kate no seu livro e pensou que ela faria um trabalho honesto. Infelizmente, o livro inclui muitos detalhes e opiniões falsas, que mostram que Bennett falou com várias pessoas anónimas que não conhecem a primeira-dama”.

Também a mulher de Roger Stone, Nydia, enviou um comunicado ao jornal já citado: “A suspeita afirmada no livro de Kate Bennett é categoricamente falsa e completamente ilógica. O meu marido e eu conhecemos Melania desde que ela começou a namorar com o Presidente. Nós gostamos muito dela e achamos que ela está a fazer um trabalho fenomenal enquanto primeira-dama”.