Está a morrer um em cada 50 doentes confirmados com Covid-19 em Portugal, um cálculo feito a partir do relatório diário da Direção-Geral de Saúde. Além desta taxa de letalidade de quase exatamente 2%, que subiu face aos 1,93% da véspera e dos 0,9% há uma semana, os números mostram, também, que entre as pessoas com mais de 70 anos está a haver uma mortalidade de 8,1%, cerca de uma em cada 12 pessoas infetadas.

17 das 19 mortes aconteceram no Norte

Deu-se, entre sábado e domingo, um menor aumento percentual do número de confirmações: cerca de 15%, para 5.962 pessoas. Nos dois dias anteriores as confirmações estavam a subir a ritmo superior a 20%.

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O número de mortes relatado no documento também voltou a subir, passando de 100 para 119. Dessas 19 mortes, 17 aconteceram no Norte do país.

No total, já houve 61 mortes no Norte, 28 em Lisboa e Vale do Tejo, 28 no Centro e duas no Algarve). Continua a não haver registo de óbitos no Alentejo, Açores e Madeira.

Estes dados não incluem a morte de um rapaz de Ovar, com 14 anos, que estava infetado com Covid-19 porque os dados são relativos à meia-noite e essa morte ocorreu ao início da manhã. Além disso, a Direção-Geral de Saúde alertou que, embora o teste tenha dado positivo, é necessário investigar o quadro clínico integral dessa vítima. Descodificando: o rapaz pode ter morrido infetado com Covid-19, mas não devido a Covid-19.

Pelo quarto dia consecutivo, porém, o número de recuperados manteve-se em 43 pessoas.

Letalidade entre os maiores de 70 anos sobe para 8,1%

Todas as mortes registadas entre um dia e outro, exceto uma, vitimou pessoas com mais de 70 anos. A exceção foi a morte de um homem com entre 60 e 69, mas todos os outros eram mais velhos, segundo o boletim deste domingo.

Continua a haver duas vítimas com idade inferior a 50 anos, tendo já havido dois óbitos –  duas mulheres – nessa faixa etária dos 40 aos 49 anos.

As restantes mortes dividem-se entre as 5 vítimas com entre 50 e 59, as 15 mortes entre 60 e 69, as 27 vítimas entre 70 e 79 e, finalmente, 70 pessoas com mais de 80 anos que morreram. A letalidade nos maiores de 70 anos ronda os 8,1% dos casos confirmados, avisou a ministra da Saúde, o que compara com os 2% em termos gerais.

Casos confirmados em Lisboa disparam 63%

Na análise por concelho, destaca-se o forte aumento em Lisboa de casos confirmados – de 366 para 594 de um dia para o outro (quase 63%). No concelho do Porto também houve uma subida, mas menor, de 22%, do número de casos, para 417.

A destacar, também, Vila Nova de Gaia, que será o terceiro concelho com mais pessoas infetadas – 351. Em Gaia surgiram 268 novos casos desde a quarta-feira passada.

Na análise por zonas do país, há um aumento de 17% no Norte, para 3.550 casos, dois pontos percentuais acima da média nacional de aumento diário e um aumento de cerca de 1.000 casos face a 48 horas antes.

No Centro houve um aumento de 10%, para 709 confirmações, e em Lisboa e Vale do Tejo o número de casos subiu 15% para 1.478. Já no Alentejo surgiram mais sete pessoas infetadas, elevando o total para 41, e no Algarve mais duas, para 108. Houve aumentos, também, na Madeira (31 para 43) e Açores (30 para 33).

1.190 doentes com mais de 70 anos, onde a letalidade está a ser de 8,1%

Está muito perto de 600 o número de pessoas com mais de 80 anos que já tiveram resultado positivo em testes feitos pela Direção-Geral de Saúde: os 579 reportados este domingo (245 homens e 334 mulheres) comparam com os 493 casos que havia na sexta-feira nesta faixa etária com maior risco.

Um aumento comparável também se regista noutras faixas etárias com particular risco de letalidade: entre 70 e 79 já há 611 confirmados (mais 111 do que na véspera).

Nestas duas faixas com maior risco, ou seja, com mais de 70, existem 1.190 confirmações. É nestas faixas que a ministra da Saúde falou numa taxa de letalidade de 8,1%.

Entre 60 e 69 existem agora 850 confirmações (contra 613 na sexta-feira) e há quase 1.150 casos (1.146, em rigor) na faixa etária mais prevalente: a dos 40-49 anos – na véspera havia 1.004.

Entre os mais jovens, houve mais 8 meninos ou meninas com 9 ou menos anos infetados – um total de 64 nessa faixa etária.

Número de pessoas em Cuidados Intensivos sobe 55%

É na análise ao número de casos internados e nos cuidados intensivos que voltam a surgir as principais preocupações. Deu um salto de 55% o número de pessoas internadas e a precisar de cuidados intensivos: eram 138 à meia-noite deste domingo.

Há, agora, 486 casos em quadro hospitalar – são 8,2% dos 5.962 casos totais já confirmados (de onde se poderiam subtrair os 43 já recuperados), o que está em linha com a métrica já várias vezes referida pela diretora-geral de Saúde: nomeadamente quando diz que a larga maioria dos doentes é seguida no seu domicílio.

Testes a aguardar resultado quase triplicam na “fase de mitigação”

Volta a ficar evidente nos números que estão a ser feitos mais testes desde que começou a “fase de mitigação”, na quinta-feira passada. Além do aumento de confirmações, de um dia para o outro regista-se também um total de casos suspeitos a aguardar análise laboratorial para 5.508 pessoas. Eram menos de 2.000 na quinta-feira, ou seja, uma quase triplicação em quatro dias.

Em plena “fase de mitigação” da pandemia, conseguiu-se, também, aumentar de forma significativa o número de casos não confirmados: 26.572 é o total, contra os cerca de 22.646 despistes até sábado – um aumento de 17% que se segue ao aumento de 32% da véspera.

Sob vigilância estão 11.785, uma descida de 11% face à véspera. E o número de casos suspeitos até ao momento é de 38.042. Nos últimos três dias, desde que começou a “fase de mitigação”, esse número aumentou em 15.785 pessoas, ou seja, 41%.

Portugal já tem casos importados de 38 países

Voltou este domingo a haver novidades em relação ao grupo de países de onde vieram casos importados – são já 38 países diferentes, mais 10 do que na véspera e quase saltando fora da página do relatório da DGS.

Os novos países adicionados à lista são a Austrália (1 pessoa), Cabo Verde (4), Canadá (4), Chile (1), Indonésia (1), Irlanda (2), Malta (1), Noruega (1), Paquistão (1) e Ucrânia (1).

Os países de onde até ao momento vieram mais casos foram Espanha (124), França (93), Reino Unido (41), Itália (28), Suíça (24) e Emirados Árabes Unidos (21).

Febre alta é sintoma cada vez mais prevalente

Nota-se, ainda, uma relativa nivelação entre os principais sintomas descritos pelos doentes e validados pelos profissionais de saúde, mas destaca-se uma maior prevalência da febre em relação à véspera. Os sintomas mais comuns continuam a ser a tosse (52%), seguida da febre (62%).

Em dificuldade respiratória sentiram-se 20% dos doentes e 29% reportam dores de cabeça (cefaleias). Dores musculares (35%) e fraqueza generalizada (24%) são, também, sintomas comuns de acordo com a Direção-Geral de Saúde, que baseia esta contabilização em 73% dos casos confirmados.