O Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, tem seis crianças internadas em estado grave com teste positivo para Covid-19. Tanto o Centro Hospitalar de Lisboa Central, como Maria João Brito, responsável pela Unidade de Infecciologia do Dona Estefânia, confirmaram a informação ao Observador. A médica acrescentou ainda aquela unidade hospitalar pediátrica de referência teve desde o dia 7 de março um total acumulado de 30 crianças internadas com o novo coronavírus.

Numa fase inicial — “a fase de contenção” —, o maior hospital pediátrico do país internava todos os pacientes confirmados como infetados. Agora, “na fase de mitigação, isso já não faz sentido. Por isso, internamos só as crianças em estado grave”, conta. Todos os outros que estejam infetados mas não apresentem uma sintomatologia grave, “ficam em casa, com um apoio constante” dado pelos profissionais do Dona Estefânia — a quem “podem ligar a qualquer hora.”

No máximo, ainda durante a tal fase de contenção, chegaram a ter oito internados em simultâneo. Na parte do hospital totalmente dedicada aos doentes Covid-19 e isolada dos outros pacientes, o hospital tem um total de sete quartos (com capacidade para nove camas) mais uma “área reservada”.

Casos internados têm de ser seguidos “com pinças”

Os seis casos graves que estão internados apresentam idades “entre os quatro meses e os 17”, conta a médica. “Temos de seguir estes doentes com pinças”, acrescenta. “Eventualmente, um deles pode ser proposto para alta, mas só mais tarde” é que a equipa médica que está a acompanhar estes casos decidirá a aprovação da mesma. “Em média”, todos eles estão nesta situação há cerca de uma semana. Todos apresentavam dificuldade em respirar no momento do internamento (entre outros sintomas) e “por enquanto nenhum deles está ventilado”.

Sobre a ventilação assistida, Maria João Brito diz que o Dona Estefânia tem dois ventiladores e isso, por enquanto, tem sido suficiente: “As crianças podem ser menos atingidas mas também podem desenvolver quadros graves. Nesta altura, a capacidade da Estefânia [em termos de ventiladores] está a ser suficiente. No caso de esta se esgotar, há uma norma da DGS que explica que outros hospitais terão de se organizar para receber crianças”, remata.

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