O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou esta sexta-feira a entrega de 309 milhões de dólares ao governo de Moçambique para combater a pandemia da Covid-19 e aliviar a balança de pagamentos e o orçamento.

O FMI aprovou um desembolso de 309 milhões de dólares [cerca de 285 milhões de euros] no âmbito da Facilidade Rápida de Crédito para ajudar Moçambique a suprir as necessidades urgentes da balança de pagamentos e fiscais decorrentes da pandemia da Covid-19“, lê-se num comunicado distribuído esta sexta-feira em Washington.

A pandemia terá “um impacto significativo na economia moçambicana, interrompendo uma recuperação nascente após dois poderosos ciclones tropicais que ocorreram em 2019”, acrescenta-se no texto.

Para mitigar o impacto da pandemia e preservar a estabilidade macroeconómica, o governo tomou várias medidas para aumentar as despesas em saúde, fortalecer a proteção social para os mais vulneráveis e apoiar as micro, pequenas e médias empresas, lembra o FMI, alertando que estão a surgir “perturbações significativas nos serviços, transportes, agricultura, manufatura e comunicações que surgem num contexto de um péssimo ambiente externo que afeta os setores exportadores, como a mineração”.

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O apoio financeiro de emergência do FMI, entregue no âmbito da Facilidade Rápida do Crédito, “em conjunto com o financiamento adicional em donativos que ajudará a catalisar, contribuirá para atender as necessidades urgentes da balança de pagamentos de Moçambique geradas pela pandemia”, comentou o diretor executivo adjunto do FMI, Tao Zhang, citado no comunicado.

De acordo com o FMI, a prioridade imediata das autoridades “é limitar o impacto da pandemia e preservar a estabilidade macroeconómica e financeira” no país.

“Dado o limitado espaço fiscal e a elevada dívida pública de Moçambique, o apoio externo adicional, preferencialmente na forma de donativos e empréstimos altamente concessionais, também é urgentemente necessário para atender às elevadas necessidades de financiamento do país e aliviar os encargos financeiros da pandemia”, acrescenta o comunicado.

A participação na iniciativa de suspensão da dívida pelo G20, o grupo das nações mais industrializadas, fornecerá “recursos adicionais para o combate à pandemia enquanto limita a deterioração dos indicadores de liquidez da dívida de Moçambique no curto prazo”.

Quando a pandemia diminuir, conclui o FMI, será crucial a retoma da consolidação orçamental e gestão reforçada da dívida, e a transparência para garantir que a dívida pública permaneça sustentável, e também será importante implementar reformas estruturais para apoiar o crescimento inclusivo e sustentável”.

A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou cerca de 200 mil mortos e infetou quase 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

O número de casos de infeção pelo novo coronavírus registados oficialmente em Moçambique subiu esta sexta-feira de 46 para 65, anunciou o Ministério da Saúde, sem haver registo de mortes.