António Saraiva, presidente da Confederação de Empresas de Portugal (CIP), felicitou neste sábado o Governo por lançar apoios financeiros a (quase) fundo perdido, um tipo de intervenção que a organização já vinha defendendo. Neste caso, serão apoios para as micro e pequenas empresas, com até 10 trabalhadores, mas demonstra-se que “o Governo está, finalmente, a reagir no bom sentido e esperemos que assim continue“.

Ouvido pela Rádio Observador, António Saraiva concordou que os apoios anunciados neste sábado no Palácio da Ajuda, cujos detalhes foram apresentados pelo ministro Nelson Souza, “são apoios importantes e vêm na linha daquilo que a CIP, desde a primeira hora apontou como um dos caminhos” – ajudas em fundo perdido, neste caso a 80% dos apoios dados às empresas para investirem em equipamentos e serviços que ajudem a preparar o regresso à atividade em segurança.

António Saraiva: “Ou há um incentivo [às empresas] ou vai-se ao bolso em subsídios de desemprego”

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O responsável lembra que estas foram empresas que viram as suas portas fechadas – “e bem” – para o combate à pandemia mas que ficaram sem faturação. “É um bom caminho, é preciso combater a pandemia e ir salvando a economia – é uma batalha que vamos seguramente conseguir travar“.

O ministro Siza Vieira já vinha mostrando algum ceticismo em relação a financiamentos a fundo perdido, porque “vão ao bolso dos contribuintes”, mas António Saraiva diz não ver aqui um recuo. “O Governo vai avaliando a situação e vai adotando medidas – não há um recuo, há uma evolução no sentido correto”, afirma António Saraiva.

Como sempre defendemos, ou há um incentivo para evitar despedimentos ou vai sempre ao bolso dos portugueses através do pagamento de subsídios de desemprego. Mais vale incentivar o emprego do que pagar o desemprego, mais tarde.”

Quanto aos polémicos atrasos no pagamento dos fundos associados aos layoff, António Saraiva diz-se satisfeito pela garantia de que todos os subsídios serão pagos até dia 15. Foram atrasos que demonstraram que “a máquina da Segurança Social não estava preparada” para o fluxo que já era antecipável deste tipo de pedidos. “Mais vale tarde do que nunca”, afirma António Saraiva.

Até 5.000 euros em apoios (80% a fundo perdido) para micro e pequenas empresas